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Vinicius Júnior e Felipe Vizeu comemorando gol pelo Flamengo - Foto: Divulgação |
Antes
de qualquer coisa é preciso ressaltar que o Palestino é uma equipe frágil. O
quão frágil? Bem, lembra como estava o seu emocional na sétima série quando
Fernandinha, aquela de cabelinho curto da sala 7B por quem você era apaixonado
desde o pré-escolar, ficou com Renato, o grandão ruivo do primeiro ano, no meio
do pátio, exatamente no dia em que você finalmente tinha tomado coragem pra
chamar ela pra ir ao cinema? Então, o time do Palestino é mais frágil do que
isso.
E mais
descompromissado também, já que aparentemente abdicou de um treino em nome de
um passeio na praia, deixando claro que a viagem ao Rio foi mais pra comer um
biscoito Globo, levar um carregamento ilegal de Guaravita pro Chile, e a
partida em si era apenas uma obrigação chata que eles queriam resolver logo pra
chegar no Barra Music a tempo de pegar um show do Nego do Borel.
Então
mesmo cientes de que a vitória de ontem, apesar de elástica e maiúscula, não
serve como referencial para muita coisa - acredito que só no Campeonato Carioca
de 2018 enfrentaremos de novo alguma equipe tão fraca quanto o Palestino, isso
se a Cabofriense não se reforçar -, a partida foi importante por algumas
razões.
Primeiro,
é óbvio, por garantir uma sequência tranquila para o Flamengo na Sulamericana,
onde ele na próxima fase enfrenta a Chapecoense. Num ano em que o título
brasileiro já parece impossível e o time vive um momento de turbulência, nada mais
importante do que se manter na disputa das duas competições que ainda nos
restam, ainda mais sendo a Sula uma competição internacional, área onde o clube
definitivamente precisa ganhar mais experiência e se tornar mais competitivo,
dados os vexames recentes. (e por favor, não diga que ainda existe também a
Primeira Liga, porque nem a Primeira Liga lembra que ainda existe a Primeira
Liga).
Depois
por ter dado a oportunidade para que Vinícius Junior desencantasse e marcasse
seu primeiro gol pelo Flamengo, ainda que tenha permanecido em campo bem menos
tempo do que poderia, já que numa partida como essa, contra uma equipe tão mais
fraca e já com uma vantagem imensa do jogo de ida, esperava-se que Jayme
ousasse mais na escalação inicial. Mas lembrando o quão tradicionalista é nosso
treinador interino, o quão traumatizado é o Flamengo contra times sulamericanos
e o quanto toda vantagem é pouca se você tem Muralha no gol, chega a ser quase
compreensível que Vinícius tenha tido apenas meio tempo para deixar a sua
marca.
Agora
o Flamengo se mobiliza por dois motivos: o confronto contra o Atlético-MG,
recém eliminado da Libertadores, que pode representar uma chance de
reabilitação no Campeonato Brasileiro depois de uma série de resultados muito
ruins, e a possível chegada do treinador Reinaldo Rueda, que aparentemente está
nos estágios finais da negociação e pode já chegar ao Brasil sábado, comandando
a equipe na próxima semana. Ou seja, ainda que alguns tenham dito que o ano
parecia já ter acabado, pode ser que, de uma certa maneira, ele esteja
recomeçando para todos nós agora.
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