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Foto: Reprodução |
Com a
experiência de quem passou boa parte da vida dentro das quatro linhas, elencou
a dificuldade no futebol brasileiro em se adotar uma postura mais profissional.
Antes de assumir o cargo de treinador do Flamengo, seu último clube, Muricy fez
intercâmbio no Barcelona para conhecer a estrutura de lá e viveu de perto a
organização de um gigante mundial. Não tem dúvidas em afirmar que, após a
humilhante derrota do Brasil por 7 a 1 para a Alemanha na Copa de 2014, os
técnicos brasileiros evoluíram, mas a gestão dos clubes ainda deixa a desejar
numa comparação com as grandes forças da Europa. E difícil de ser resolvida.
- É
difícil pelo estatuto dos clubes, bem diferente do de lá. Aqui realmente é
muito amador, às vezes um conselheiro interfere no clube. Lá são profissionais
que tomam conta do futebol do Barcelona. É o que a gente estava discutindo que
falta nos clubes brasileiros. De achar uma ideia, uma filosofia de trabalho,
uma maneira de jogar. No Barcelona, o técnico é importante, mas não é tanto.
Não é ele que vem de fora e vem implantar, isso já está implantado desde o
Cruyff, já faz 16 anos que está dessa maneira. E eles contratam um técnico mais
ou menos parecido. A única vez que eles saíram fora da casinha, que eles
levaram um argentino, não deu certo. Porque o argentino quis mudar totalmente
as coisas. Lá não tem essa - disse, no "Seleção SporTV" desta sexta.
O erro
raro no clube catalão na escolha do treinador é constante no futebol
brasileiro. Mas não é só isso. Falta também, segundo o comentarista e
ex-treinador, organização, planejamento. Perguntado se antes de assumir o
Flamengo, em 2016, exigira evolução do centro de treinamento do clube, afirmou
que era também projeto do clube.
- Era
desejo do Flamengo também. Eles foram me buscar também por isso. Era um desejo
do Flamengo de mudar. Já tinham ido no Atlético-PR, no Corinthians, estavam
pesquisando. Porque aquele centro de treinamento, você sabe, era terrível,
horrível. Tanto é que no dia em que eu cheguei lá para conhecer, eles falaram:
"O que você acha, Muricy?" Eu falei: "Acho que o décimo segundo
lugar foi bom demais esse ano." Porque era horrível. Só que eles tinham
uma ideia de melhorar o centro de treinamento. Então eles me contrataram também
com essa maneira de pensar. Porque eu conhecia bastante em termos de estrutura.
Eu venho de time que tem uma escola de boa estrutura, que é o São Paulo. Eu ajudei
bastante no começo disso aí.
Sobre
a forma como os diretores escolhem técnicos no futebol brasileiro, Muricy fez
outra crítica.
- Eles
não têm ideia nenhuma, é o cara do momento. Eles lançam um dia antes na
internet algum treinador, e se cair bem na imprensa, para a torcida, eles
contratam.
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