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Foto: Divulgação |
Raça,
Amor e Paixão… Três palavras que são exaustivamente entoadas pela torcida do
Flamengo, desde a esplêndida arrancada do time de futebol Rubro Negro no
Campeonato Brasileiro de 2007.
Embora
essas três palavras estejam encravadas no DNA do clube desde a sua fundação em
1895, a torcida de uns anos para cá, resolveu entoá-las a pleno pulmões a
qualquer momento do dia ou da noite, cujo o único intuito, é descrever de forma
literal, quais são os verdadeiros sentimentos que compõem o Clube de Regatas do
Flamengo.
Esses
três sentimentos são passados de torcedores para torcedores. De geração em
geração.
E
esses milhões torcedores, demonstram através de toda raça, amor e paixão; qual
é o tipo de perfil de atleta que eles desejam ver atuando no clube Mais Querido
do Brasil. Logo, um atleta que deseje atuar no Flamengo, tem por obrigação,
entender a filosofia esportiva que eles devem seguir a partir do momento em que
eles começarem a envergar o Manto Rubro Negro.
Para
conquistar a torcida do Flamengo, o atleta tem que envergar o Manto Rubro Negro
com todos três itens citados acima.
Poderíamos
aqui, dissertar durante horas (ou dias) sobre os diversos Esquadrões Rubro
Negros que assimilaram essa filosofia de trabalho obrigatória e necessária para
atuar no Clube de Regatas do Flamengo, e que consequentemente alcançaram a
glória e reconhecimento máximo da torcida. Porém, para que o texto em questão
não se tornasse o livro, escolhi um Esquadrão Rubro Negro muito especial. E
falarei dele mais à frente.
Para
alcançar o êxito em qualquer modalidade esportiva, é necessária ter a técnica e
a habilidade muito acima da média, treinar diariamente os fundamentos básicos
da modalidade esportiva em questão, a aplicação diária de uma dieta especial
para um melhor rendimento esportivo e também… não menos importante: a dedicação
máxima em treinos físicos e táticos para que seja possível surpreender os
adversários… partida após partida.
É
claro que em qualquer clube esportivo, os atletas precisam seguir essas
premissas descritas no parágrafo anterior. Entretanto, para atuar no Flamengo
não basta só isso. Para atuar no Flamengo é preciso de muito mais.
No
Flamengo, é necessário que o atleta tenha Raça, Amor e Paixão. É necessário o
atleta entenda o que é envergar essa famosa camisa Vermelha e Preta.
Dificilmente
você encontrará alguma conquista do Flamengo desde a sua fundação, no qual os
atletas que ali estavam, não tenham tido uma simbiose com a torcida Rubro
Negra.
Atuar
no Flamengo é diferente. Qualquer atleta que foi campeão pelo clube e que se
tornou ídolo da torcida (independentemente da modalidade) externará essa
afirmação com boa dose de emoção em suas palavras.
Entre
tantos exemplos dessa simbiose entre elenco e torcida, citarei o time de
futebol do Flamengo de 1978. Uma geração maravilhosa, que começou a ser formada
anos antes e que posteriormente, a sua base conquistaria diversos títulos
expressivos no futebol (incluindo o Mundial de clubes de 1981), e que se
tornaria um dos maiores exemplos de Rubro Negrismo dentro e fora das quatro
linhas.
Após o
sonho do título escapar de forma traumática em 1976 e 1977, aquele grupo
resolveu se reunir para que pudessem debater entre eles, o que poderia ser
feito para que aqueles acontecimentos negativos não viessem a acontecer no
futuro. Afinal de contas, além de muita técnica e raça, eles também tinham o
brio Rubro Negro, e por isso, queriam ser lembrados não apenas pela dedicação,
amor ao clube, técnica e raça… eles queriam ser lembrados também por serem
vitoriosos. O sonho daquele elenco, era entrar para história do clube como
eternos campeões.
E
assim foi, feito. Em 1978 o time entrou com ‘a faca nos dentes’.
A
torcida Rubro Negra, que já se identificava com aquele elenco, presenciou que
além da dedicação e habilidade técnica que era uma caraterística marcante
daquele grupo, o time tinha adquirido uma ‘casca’ por ter tido insucessos nos
anteriores, e que por isso, o time se entregava ainda mais durante todos os
minutos de cada partida.
E o
resultado dessa simbiose maravilhosa entre aquele time e a gigantesca torcida
do Flamengo, foi coroada na noite de 3 de Dezembro de 1978.
Com um
Maracanã lotado de torcedores Rubro Negros, aquele time que tanto trabalhou,
que tanto lutou para se ‘reinventar’, conquistou o tão sonhado objetivo.
Aos 41
minutos do segundo tempo, surgiu um escanteio a favor do Flamengo. O Rei Zico
10, mesmo não tendo o hábito de bater escanteios, se despiu de qualquer vaidade
e se encaminhou para a cobrança.
Rondinelli,
mesmo sendo defensor, se encaminhou para a área adversária. Afinal de contas, o
jogo estava prestes a terminar, e o terceiro insucesso seguido, não passava
pela cabeça de nenhum daqueles jogadores.
Zico
10 cobra o escanteio e a bola vai na direção de Rondinelli.
Após a
cobrança, Rondinelli realiza uma magnífica impulsão e consegue cabecear a bola
em direção ao gol… a bola, para alegria de todos os Rubros Negros que estavam
no Maracanã e também para os milhões de Rubro Negros que estavam espalhados por
todo o Brasil… morre no fundo da rede adversária!
Poucos
minutos após o gol, o juiz apita o fim do jogo. E com isso, o Mais Querido se
torna o campeão. E o Maracanã, vai ao êxtase coletivo!
Podemos
dizer que aquele título de 1978, criou a Verdadeira Atmosfera Perfeita entre o
time e a torcida do Flamengo.
Finalmente,
após muita Raça, Amor e Paixão, o objetivo daquele elenco e de toda a torcida
do Flamengo foi alcançado.
O
trecho a seguir foi descrito por Rondinelli, e faz parte do maravilho livro
‘1981 – O Ano Rubro Negro’.
“ Foi
uma das coisas mais maravilhosas que aconteceu na minha vida. A minha vontade
era pular na geral, sair todo nu, pelado! Você fica em êxtase, aquilo é o gozo
maior. Você fazer um gol faltando quatro minutos, quando o empate era do
adversário que nos tirou dois títulos anteriores por penalidades? Eu, se morro,
se a minha missão terminasse ali, eu embarcaria feliz da vida! “
E os
jogadores daquele elenco que tinham como meta pessoal (muitos sempre foram
torcedores do Flamengo desde pequeno) e meta profissional, conquistar um título
com muita Raça, Amor, Paixão e ainda serem eternizados na sala de troféus da
Gávea… finalmente conquistaram o tal objetivo.
Esse
título foi o pontapé inicial do time que em futuro próximo, seria considerado o
maior time de futebol do Flamengo de todos os tempos. Além disso, é tido como
um dos maiores elencos que o Clube de Regatas do Flamengo já teve entre todos
os seus esportes.
Esse elenco,
é o exemplo literal do que é preciso para se conquistar títulos relevantes pelo
clube, e especialmente: conquistar o amor e respeito eterno por parte da
torcida do Flamengo.
Agora,
se analisarmos minuciosamente o atual time e elenco de futebol do Flamengo, uma
coisa é certa:
– Esse
time não representa o Verdadeiro Flamengo.
Saudações
Rubro Negras.
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