EXTRA
GLOBO: O Flamengo decidiu retardar o primeiro passo para um estádio próprio e
deve pedir prorrogação do prazo para comprar o terreno de 160 mil metros
quadrados na Avenida Brasil, entre Benfica e Manguinhos, cuja aquisição deveria
ser exercida até dia 4 de janeiro.
Com
contrato com a Portuguesa por três anos (renováveis por mais três) para usar a
Ilha do Urubu e em negociação com a concessionária que administra o Maracanã —
o clube quer tentar reduzir os custos, já que pretende mandar os clássicos no
estádio em 2018, uma vez que nova licitação está cada vez mais distante —, o
Flamengo parece não ter pressa. Até agora, o projeto executivo básico, com
detalhes de como seria o estádio e custos da obra, não foi feito.
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Eduardo Bandeira de Mello, Presidente do Flamengo - Foto: Tiago Caldas |
Hoje,
em assembleia que acontecerá no clube, o Conselho Deliberativo vai votar se
venderá ou não o prédio que tem no Morro da Viúva, no Flamengo. O clube conta
com parte desse dinheiro para investir no estádio. Além disso, a compra do
terreno depende de como clube, prefeitura do Rio — que tem interesse na
ocupação do lote — e concessionária da Ponte Rio-Niterói (Ecoponte) vão
resolver o impasse entre a construção de um viaduto que desafoga o trânsito da
Linha Vermelha e o escoamento do público do futuro estádio.
O
grande problema para a compra do terreno de R$ 157 milhões pertencente ao Grupo
Peixoto de Castro (que está há quatro anos em recuperação judicial) é que, em
2020, um viaduto de 2,5 km vai passar na rua em frente ao terreno. Isso
inviabilizaria a construção do estádio na área. O lote em questão tem apenas
dois acessos: um pela Avenida Brasil e outro pela Rua Prefeito Julio de Moraes
Coutinho. Dos outros dois lados passa um rio.
De
acordo com o projeto original apresentado pela Ecoponte, no fim de outubro, o
viaduto vai passar pela Rua Prefeito Julio de Moraes Coutinho exatamente no
trecho do terreno que o Flamengo gostaria de comprar. A construção, que está
marcada para começar em janeiro, ficaria pronta em 2020 e foi aprovada pela
prefeitura e pelo governo do Estado.
Votação importante do Conselho
Deliberativo
A alça
é considerada uma rodovia federal e é uma exigência de contrato pela concessão
de administração da Ponte Rio-Niterói. O viaduto terá duas faixas de rolamento,
cada uma com 3,5 metros de largura em sentido único, que deverão aliviar o
trânsito na saída da Ponte e no trecho da Avenida Brasil na altura do Caju,
tirando cerca de 15 mil veículos de percursos complicados da Brasil e da Linha
Vermelha.
O
Flamengo ainda tenta alterar uma parte do trajeto, evitando que o viaduto passe
pela rua do terreno que pretende comprar. Por isso, o vice de patrimônio
Alexandre Wrobel vem tendo encontros frequentes com os órgãos da prefeitura
(gabinete do prefeito e Cet-Rio) e a Ecoponte.
O
prazo dado pelos donos do terreno ao Flamengo termina em 4 de janeiro. No
entanto, uma possível compra não deve se definir nessa data. O clube já
contratou um arquiteto para elaborar o projeto do estádio, mas ainda espera
para aprovar o início do desenho e dos estudos necessários à viabilização do
local.
Mesmo
otimista com a solução da questão, o Flamengo resolveu se prevenir e está
estudando outros terrenos.
Independentemente
das negociações com governo e concessionária, o clube precisa de dinheiro para
construir um estádio. E é por isso que a votação de hoje, no Conselho
Deliberativo, torna-se crucial. Em pauta, está a venda do Edifício Hilton
Santos, no Morro da Viúva, avaliado em R$112 milhões.
Se for
aprovada a venda, os bens vão automaticamente para o patrimônio do clube, que
poderá destinar esses imóveis para o que quiser. O Flamengo também poderá
alugar o espaço. O tema da venda é polêmico e, na primeira convocação de
assembleia, não houve quórum.
Enquanto
isso, o time continua sua preparação para a final da Sul-Americana,
quarta-feira, contra o Independiente, no Maracanã. Sem descanso no fim de
semana, a equipe voltou a treinar ontem, no Ninho do Urubu, a portas fechadas.
O rival argentino chega hoje à cidade.
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