RENATO
MAURÍCIO PRADO: Aproximando-se o final da suspensão de Paolo Guerrero, uma
questão se impõe: vale a pena renovar o milionário contrato do centroavante
peruano, que termina no dia 10 de agosto? Antes de pensar nisso, a diretoria
rubro-negra tentará uma solução intermediária. Quer prorrogar o contrato atual
até o final do ano, nas mesmas bases, e deixar as discussões de uma possível
renovação mais pra frente.
A
ausência forçada do artilheiro, nos últimos cinco meses, aumentou o seu
prestígio junto à torcida. Isso porque nenhum de seus substitutos se mostrou à
altura e a camisa nove continua a ser um dos pontos fracos do time atual –
Henrique Dourado, ao menos até o momento, revelou-se apenas um ótimo batedor de
pênaltis. E Felipe Vizeu, que nunca chegou a encantar, já está vendido e com a
cabeça no futebol italiano.
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Guerrero sorrindo no Flamengo - Foto: Gilvan de Souza |
Dentro
do próprio Fla, entretanto, há um outro garoto que encanta e, para muita gente
boa, é melhor que Lincoln e, fatalmente, será o futuro dono da camisa nove
rubro-negra: Vítor Gabriel, principal destaque do time na conquista da última
Copinha.
Na
atual temporada, entretanto, não creio que nenhum dos dois jovens possa
atingir, em 2018, o nível de Paolo Guerrero que, apesar da Copa do Mundo, ainda
poderá jogar na Libertadores, no Brasileiro e na Copa do Brasil pelo Flamengo.
Estender
o seu contrato até o final do ano seria, de fato, a solução ideal. Resta saber
se o peruano gostará da ideia ou se já tem algum outro interessado no seu
futebol, no exterior. Aqui no Brasil, não creio que haja alguém capaz de bancar
o seu alto salário (especulado entre 800 mil e 1 milhão de reais por mês). Até
porque, inscrito pelo Fla na Libertadores, mesmo sem jogar, ele já não pode
mais disputar a principal competição do continente por nenhum outro time daqui.
Em
tempo: a WADA, agência mundial de controle antidoping está recorrendo e tenta
aumentar a pena de Guerrero para dois anos (inicialmente, a suspensão foi de um
ano, posteriormente reduzida para seis meses, que vencem agora). A impressão geral, entretanto, é de que o
recurso da WADA será recusado.
Sem favorito
Fla-Flu
nunca teve favorito e o de hoje, pela praticamente inútil semifinal da Taça
Rio, não é diferente. É claro que até os tricolores reconhecem que o elenco
rubro-negro é melhor. Mas quando a bola rola, o peso das duas camisas equilibra
tudo e a recente goleada de 4 a 0 do Flu sobre os reservas do Fla reforça a
sensação de que a diferença não é tão grande assim.
Esta
noite, o empate classifica o Fluminense para a final da Taça. Isso, certamente,
obrigará o Flamengo a buscar mais o ataque, dando para o adversário o que é a
sua tática predileta: o contra-ataque. Já que o returno não vale quase nada,
resta torcer para que, pelo menos, seja um jogo animado e bom de se ver.
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