COSME
RIMOLI: Daqui 15 dias, Rogério Caboclo será aclamado como novo presidente da
CBF. Há até o horário marcado para as palmas. 14h30. Ele assumirá o cargo com o
apoio assumido de 62 eleitores em um universo de 67. Eles são 27 presidentes
das federações estaduais e os presidentes dos 40 clubes das Séries A e B.
Apenas
a Federação Paulista, a Carioca, Flamengo, Corinthians e Atlético Paranaense se
mostram contra Caboclo. Protestam pela maneira com que as regras foram mudadas.
No dia 23 de março do ano passado, mesmo dia de Brasil e Uruguai, houve um
golpe. Tão vergonhoso quanto simbólico.
O
presidente Marco Polo Del Nero sentia que crescia a possibilidade de alguns
clubes se articularem para lançar um candidato de oposição para a próxima
eleição. Investigado pela Fifa, ele já antecipava a possibilidade ser afastado da
entidade. Foi quando arquitetou o plano para seguir mandando no futebol
brasileiro.
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Foto: Divulgação |
Menos
no Brasil.
Porque
Marco Polo em seguida avisou que os votos das Federações teriam peso 3 na
eleição. Ou seja, 81 votos contra 60.
Um
tapa na cara dos ingênuos.
Del
Nero matou as candidaturas de Andrés Sanchez, presidente do Corinthians. E
também de Reinaldo Carneiro de Barros, presidente da Federação Paulista. Ele se
rebelou ao saber que Caboclo sucederia seu 'grande amigo' ,desde os tempos do
falecido presidente Eduardo José Farah, Marco Polo, na presidência da CBF.
Os
acovardados e omissos dirigentes de clubes aceitaram a virada de mesa. Os
políticos do Planalto Central tem a Lava-Jato e a sucessão presidencial e não
precisam se fazer média com o futebol, como fez Dilma Rousseff, com os
benefícios populistas de R$ 16 bilhões a clubes mal administrados e muitos até
que tiveram gestões corruptas.
Ou
seja, Del Nero ficou à vontade. Ele sabia que, por causa de sua ligação siamesa
com José Maria Marin, preso nos Estados Unidos, poderia ser afastado da CBF a
qualquer momento. E o que tratou de fazer?
A
conquista do Fluminense em 2016 não despertou atenção, não levou à nada. O
torneio não agradou a ninguém. Até porque os principais clubes poupavam seus
principais jogadores. Um absurdo.
A
competição de 2017 já virou fantasma. Precisou abrir para a participação de
clubes pequenos. Brasil de Pelotas, Grêmio, Internacional, Avaí, Chapecoense,
Criciúma, Figueirense, Joinville, Paraná Clube, Londrina, Flamengo, Fluminense,
América-MG, Atlético-MG e Cruzeiro.
O
humilde Londrina foi campeão. Triste retrato da competição que foi organizada
para unir os maiores clubes do país. Estava evidente que o torneio estava
ferido de morte.
A
Primeira Liga foi tão sabotada que não será mais disputada em 2018.
Para
alegria de Del Nero.
E ele
já instruiu Carlos Caboclo.
Se
quiser continuar com poder, a Primeira Liga deve deixar de existir.
A
desculpa, ele tem na ponta da língua.
Não há
datas para mais um torneio.
Desculpa
pura.
Na
verdade, a CBF quer é preservar os Estaduais.
Mesmo
com a enorme possibilidade de ser banido do futebol, Del Nero comemora.
Ele
continuará mandando no futebol brasileiro.
Mesmo
sem cargo.
Como
uma eminência parda.
Controlando
seu pupilo Caboclo.
Celebrando
a omissão e a covardia dos dirigentes dos clubes.
Graças
a elas, está garantida a permanência dos Estaduais.
E o
fim da Primeira Liga.
Para
regozijo da TV Globo...
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