UOL: O
episódio violento da noite da última sexta-feira (27) ainda repercute no
vestiário do Flamengo. Os jogadores rubro-negros ficaram, obviamente,
inconformados com os ataques de torcedores de uma organizada no embarque do
grupo para Fortaleza – para o duelo contra o Ceará, neste domingo (29) às 16h,
pelo Campeonato Brasileiro. O incômodo, no entanto, não se dá apenas com os vândalos.
A diretoria do clube também vem causando insatisfação no elenco.
Na
visão de alguns atletas, a cúpula se mostrou ausente e deixou o grupo
vulnerável em situação delicada. Nas conversas após o ocorrido, os principais
líderes do elenco questionavam se a questão não poderia ter sido evitada com um
efetivo maior para proteção. Na confusão, apenas poucos seguranças e alguns
membros da comissão técnica tentavam proteger o elenco.
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Foto: Gilvan de Souza |
O
cenário de pressão elevada mesmo diante de resultados considerados positivos –
time vem de vitória no Brasileiro e está na zona de classificação do seu grupo
na Libertadores – desgasta o grupo cada vez mais. Nas rodas de conversa após o
marcante episódio de sexta, a possibilidade de deixar o clube em função do
cenário tumultuado já é cogitada por alguns nomes.
O
goleiro Diego Alves é o caso mais preocupante no elenco. Durante os episódios
de violência no embarque, ele foi acusado pelos torcedores organizados de ter
atirado um copo de café em uma tentativa de defesa ao ver companheiros e
funcionários acuados. O ato o fez "comprar uma briga" com integrantes
mais radicais da torcida e existe a promessa de desdobramentos entre as partes.
Internamente,
acredita-se que o clima possa ficar insustentável no sentido de que o jogador
tenha pela frente um ambiente complicado para desempenhar o seu trabalho. No
clube, todos manifestaram apoio ao arqueiro.
As
principais lideranças, inclusive, vão pedir uma reunião com o presidente
Bandeira de Mello para tratar dos últimos episódios. O grupo ainda entende que
o Flamengo precisa se posicionar de maneira mais contundente na defesa dos
jogadores. O clube divulgou apenas uma nota repudiando o caso de sexta-feira.
Além da nota, a única manifestação pública de alguém da diretoria foi uma
entrevista de Ricardo Lomba, na qual lamentou o protesto no aeroporto
O assunto,
aliás, não chega a ser novidade no vestiário rubro-negro. Recém-contratado pelo
São Paulo, o atacante Éverton nunca escondeu que, além da questão financeira, a
pressão exagerada e os episódios violentos ajudaram a desgastar a relação
encerrada no início de abril com o Flamengo.
Em
dezembro, após o encerramento da temporada com as perdas de Copa do Brasil e
Copa Sul-Americana, em outro cenário de pressão, ele chegou a comentar com o
estafe do futebol que pensava em deixar o Ninho do Urubu.
Neste
domingo, o time entra em campo para encarar o Ceará, em Fortaleza, em busca de
uma vitória que possa restabelecer a paz e evitar nova onda de insatisfação e
possíveis saídas.
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