UOL: A
mudança de clube às vésperas de uma Copa do Mundo pode servir de impulso para
uma convocação, mas para os goleiros Diego Alves e Weverton e para os atacantes
Diego Souza e Gabigol os efeitos da troca ficaram longe do desejável. Os quatro
nomes destacados receberam chances e estiveram entre os “selecionáveis” em
parte do trabalho do técnico Tite, mas salvo uma grande surpresa, devem ficar
fora da lista da seleção brasileira que será apresentada na próxima
segunda-feira para o Mundial.
Nenhum
dos quatro atletas chegou a Flamengo, São Paulo, Santos e Palmeiras falando
abertamente que a troca de clube tinha como objetivo principal a Copa. Na apresentação,
porém, não escaparam de perguntas sobre o tema e todos disseram que tinham
entre as metas mostrar trabalho para Tite. No fim de semana anterior à
convocação, eles pouco podem fazer para mudar o panorama.
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Diego Alves, do Flamengo - Foto: Gilvan de Souza |
“A
vinda foi pensando no Flamengo. A seleção brasileira é um prêmio pelo momento
que o jogador vive no seu clube. Em todos os clubes em que passei, tive a
oportunidade de estar na seleção. Vou trabalhar bastante para também ser
convocado no Flamengo”, disse, durante a apresentação ao clube.
Porém,
os primeiros meses de Flamengo não saíram como esperado. O goleiro demorou a
reencontrar o ritmo de jogo e ainda sofreu uma fratura na clavícula que o
afastou do fim da temporada passada. Voltou em fevereiro deste ano, mas ausente
da convocação para os amistosos de março ficou para trás na disputa com outros
nomes como Cássio e até Neto, seu substituto no Valencia que ganhou chance na
última lista.
Na
mesma posição, Weverton também esperava por uma maior vitrine atuando no
Palmeiras depois de cinco anos no Atlético-PR. Mas aconteceu exatamente o
oposto. Campeão olímpico em 2016 e presente na primeira lista de Tite, o goleiro
hoje é a terceira opção em seu clube – atrás de Jailson e Fernando Prass – e
viu sonho de Copa se esvair.
Diego
Souza viveu situação parecida em sua transferência do Sport para o São Paulo no
começo deste ano. Tanto com Dorival Júnior como com Diego Aguirre, o atacante
passou mais tempo na reserva e só agora, nos últimos três jogos, se destacou ao
ganhar sequência: marcou gols nos últimos dois jogos, mas ficou tarde para
convencer Tite.
A
situação do são-paulino é singular, pois está relacionada ao seu
posicionamento. Diego Souza impressionou Tite por um trabalho como centroavante
nos amistosos contra Austrália e Argentina, em junho de 2017. Ainda no Sport,
esteve na última convocação do último ano e a transferência para o São Paulo
parecia o impulso necessário para o Mundial.
Mas,
atuando em um time ainda em formação e com mudança de técnico no percurso, não
rendeu o esperado quando atuou como camisa nove. Quase foi negociado com o
Vasco e tem como último fio de esperança o bom trabalho desenvolvido quando
convocado, conforme já tinha falado em sua apresentação ao São Paulo.
“Não
estou preocupado em jogar de 9, 10 ou pelo lado. Quero jogar e estar bem
ajudando da melhor maneira. O Tite me conhece, joguei muito contra e nas
últimas convocações estive junto. Não estou muito preocupado com isso. Quero
jogar bola e bem, ajudando da melhor maneira”, disse, quando apresentado ao São
Paulo.
Por
último, o atacante santista Gabigol foi o único entre os quatro “selecionáveis”
que, durante sua apresentação em janeiro deste ano, disse abertamente que a
volta ao futebol brasileiro tinha como grande objetivo uma chance na Copa. Ele
esteve na primeira lista de Tite em 2016, mas depois “sumiu” nas passagens
frustradas por Inter de Milão e Benfica.
“Tem
muito a ver (com a seleção)”, disse durante a apresentação o jogador, que ainda
afirmou que decidiu pela volta porque tinha o sonho de jogar o Mundial.
Quatro
meses depois, Gabigol tem alternado altos e baixos neste reinício no Santos. Já
marcou oito gols e teve desempenho muito superior aos últimos meses, mas uma
vaga para o atacante nesta Copa do Mundo tornou-se quase inviável.
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