ROBERTO
ASSAF: Saber sofrer. A última invenção na linguagem do futebol. Pois quem
conseguirá fazê-lo na tarde de hoje no Maracanã? Diante da previsão de ataque
contra defesa, o Flamengo, que joga em casa e precisa vencer, ou o Bahia, que é
visitante, e para o qual o empate não é mau resultado?
Caso a
equipe de Maurício Barbiéri, pelo incentivo da galera, e o volume de jogo, já
saia atropelando, marcando quem sabe duas vezes em pouco tempo, empurrará a
“sofrência” para o adversário. No entanto, se o gol demorar, é bastante
provável que o time da Boa Terra comece a gostar da partida, deixando que o
Rubro-Negro entre lentamente em ansiedade, errando passes e conclusões, até que
o relógio, correndo em alta velocidade a favor do Bahia, e ajudado pela pressão
da torcida, mergulhem a equipe carioca no desespero.
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Torcida do Flamengo - Foto: Gilvan de Souza |
É
óbvio que o Flamengo é superior. Dizer o contrário é absurdo. Mas vejam como o
Brasileiro é equilibrado: em apenas quatro dos 76 jogos realizados até aqui, um
time conseguiu marcar quatro ou mais gols no adversário. Logo, não há, na
teoria, nenhuma presa fácil. Daí, a missão do Rubro-Negro hoje é torná-la dócil
a partir do momento em que a bola rolar. Para evitar a “sofrência”, ou melhor,
largá-la por inteiro nos pés do Bahia.
Na
prática, com o Maraca cheio, e em dia feriado, ninguém quer ver tragédia.
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