GLOBO
ESPORTE: Com Lucas Paquetá na função de Diego, Willian Arão na vaga de Paquetá
e duas surpresas - Trauco no lugar de Renê e Matheus Savio em Vitinho -,
Maurício Barbieri investiu em jogo de passes, de infiltrações e de muita
aproximação entre os homens de meio e de frente para enfrentar o Atlético-MG.
Não esperava que o lateral peruano faria jus à escolha tão rápido e de maneira
tão determinante, com dois passes para gol na vitória por 2 a 1 sobre o Galo.
Os
gols de Willian Arão e Lucas Paquetá puseram o Flamengo na quarta colocação,
com 48 pontos. A três do líder São Paulo, dois do Internacional e do Palmeiras.
Um na frente do Grêmio.
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Willian Arão comemorando gol pelo Flamengo contra o Atlético-MG - Foto: Gilvan de Souza |
O jogo
que Barbieri procurava na formação inicial pouco apareceu. Matheus Savio, que
treinou duas vezes na semana pelo lado esquerdo, onde barrou Vitinho, levou
pouca vantagem sobre Emerson, lateral do Galo. Mas Arão se sobressaiu.
Repito
trecho que escrevi no dia 9 de setembro, após a vitória do Flamengo sobre a
Chapecoense, quando observei que Arão era “curiosamente preterido” no time de
Barbieri: “Arão pode não ser o jogador mais vibrante que a torcida muitas vezes
exige. Mas cumpre papel importante, com presença na área, tabelas e jogadas
pelo lado direito e algum poder de marcação.”
O pé
direito certeiro abriu caminho para a vitória. Mas Arão fez mais. Foi ao fundo,
cruzou e, quando preciso, ganhou disputas aéreas no setor defensivo. (Nem ele
nem Léo Duarte conseguiram, porém, impedir o gol de Leonardo Silva.) Veja
alguns lances de Arão abaixo.
Trauco: uma assistência a cada 71 minutos
Talvez
pela insatisfação que demonstrou após a Copa do Mundo – quando disse que
desejava sair do Flamengo -, talvez pelas suas deficiências defensivas - que
não podem ser esquecidas -, Trauco era outro subaproveitado. Deu sua quarta
assistência em cinco partidas neste campeonato - são apenas 284 minutos em
campo nas 26 partidas até aqui. Média de um passe para gol a cada 71 minutos
dentro de campo.
Ele
procurou tabelas e saiu da lateral para entrar pelo meio em mais de uma
oportunidade. Pode ser alternativa para a reserva de Diego, como lá atrás Zé
Ricardo já tentou ou até fazer dobradinha com Renê, caso Vitinho siga fora.
Barbieri definiu a possibilidade como “ótima”.
Gol sofrido novamente em bola aérea
Com 1
a 0 e a torcida em festa, o Flamengo teve dificuldades de segurar o
Atlético-MG, que tinha nas escapadas de Luan, de um lado (após a saída do
argentino Tomas Andrade), e de Chará, do outro, com apoio firme dos laterais e
de Elias, algum perigo se aproximando da meta de Diego Alves.
Apesar
de boa chance que Chará perdeu em lançamento nas costas de Réver, o empate do
Galo foi em jogada aérea, o que vem se tornando um problema em período decisivo
do ano. Leonardo Silva se antecipou a Léo Duarte, subiu mais que Arão e empatou
– havia sido assim contra o Atlético-PR e também diante do Internacional nas
últimas rodadas. Três jogadas semelhantes nos últimos 10 gols sofridos pelo
Flamengo.
Com
bom ano de 2018, Léo Duarte “participou” de alguns gols recentes sofridos no
Flamengo – no primeiro do Inter, de Pottker, e do América-MG, de Rafael Moura.
Era ele na marcação de Máxi Lopez no gol vascaíno – para sorte da prata da casa
o mesmo argentino desperdiçou chance no fim da partida, no empate em Brasília.
O alerta já deve ser soado para o jovem zagueiro do Fla.
Time encurralado na segunda etapa
Barbieri
exibiu um pragmatismo pouco visto até então. Aos 27 minutos, tirou Henrique
Dourado para a entrada de Piris da Motta. Aqui, um parêntese: o atacante teve
duas chances, fez dois gols (de cabeça, no primeiro tempo, driblando Victor no
segundo), mas estava impedido nas duas oportunidades. Fora isso, não finalizou
uma vez e o Flamengo agora tem a marca de 11 jogos sem gol de seus centroavantes
(Uribe, que teve a maior sequência, Dourado e Lincoln).
Voltando
ao pragmatismo de Barbieri. Talvez por ver tantos erros do seu time nesta tarde
no Maracanã – Cuéllar, por duas vezes, Arão e Diego Alves erraram bolas em
faixas perigosas do campo -, o técnico, ameaçadíssimo, resolveu garantir o
resultado. Na coletiva de imprensa, disse que a ideia era dar mais consistência
e equilíbrio no setor defensivo para um eventual contra-ataque.
Fato é
que o Galo, muito na insistência do jogo aéreo também (terminou a partida com
18 bolas levantadas, de acordo com estatísticas da TV Globo), ameaçou. E não
foi pouco. Aos 23, Luan chutou livre de fora da área. Aos 25, Chará quase
marcou. Fabio Santos chutou prensado aos 30. Leonardo Silva colocou muito perto
aos 45 e, na última bola do jogo, Cazares acertou o travessão após desvio de
Réver.
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