TORCEDORES:
Por Luiz Ferreira
A
vitória do Flamengo sobre o Atlético-MG não foi importante apenas por deixar os
comandados de Maurício Barbieri a três pontos do São Paulo (líder do
Brasileirão) e dar a injeção de ânimo para as semifinais da Copa do Brasil. O
triunfo dentro de casa foi importante para o treinador rubro-negro encontrar
opções nessa reta final de temporada. A ausência de Diego (expulso contra o
Vasco na última rodada) permitiu que Barbieri deixasse Lucas Paquetá mais
próximo da área num 4-2-3-1 que pode ser repetido mais vezes. O camisa 11 tem
qualidade para prender a bola na frente, fazer as jogadas de pivô e ainda pode
utilizar a força do seu chute para surpreender os goleiros adversários. Num
momento em que as coisas começam a ser definidas, utilizar Lucas Paquetá no ataque
pode ser a melhor opção para o Flamengo tentar salvar o ano de 2018.
As
ausências de Diego e Rodinei e a péssima fase de Vitinho fizeram com que
Maurício Barbieri optasse pela entrada de Pará, Willian Arão e Matheus Sávio no
time titular do Flamengo. Além deles, Renê deu lugar a Miguel Trauco na
lateral-esquerda. E o comandante rubro-negro viu o peruano fazer ótima jogada e
cruzar para Arão confirmar a boa fase e abrir o placar logo no primeiro minuto
de jogo no Maracanã. O Atlético-MG de Thiago Larghi repetia o 4-2-3-1 do seu
adversário, mas sem a mesma desenvoltura e movimentação. Tanto que o time só
ameaçava nas bolas lançadas para Yimmi Chará e no jogo aéreo. Luan “Coalhada”
estava completamente perdido jogando por dentro, Tomás Andrade não conseguia
fechar seu setor e os volantes atleticanos deixavam espaços generosos que Lucas
Paquetá e Éverton Ribeiro aproveitavam bem.
O
posicionamento de Lucas Paquetá mais adiantado se transformava no grande trunfo
do Flamengo na partida. Sem recuar tanto como Diego, o camisa 11 podia acionar
Henrique Dourado e Vitinho (substituto de Matheus Sávio) na frente e ainda
dividir a responsabilidade na criação das jogadas com Éverton Ribeiro. O
escrete rubro-negro ganhou potência nos chutes de média e longa distância, mais
objetividade na frente da área e mais uma ótima alternativa nas bolas aéreas. O
lance do segundo gol do Fla é um exemplo disso. O frame abaixo mostra o momento
do cruzamento de Trauco buscando um Paquetá que aproveitava o espaço deixado entre
os zagueiros e volantes do Atlético-MG. Só por esse lance já ficou claro que a
joia rubro-negra rende muito mais jogando próximo dos atacantes. Ou como um de
ofício.
É bom
que se diga que o final do jogo não foi dos mais agradáveis para o Flamengo. A
entrada de Piris da Motta no lugar de Henrique Dourado (e a rearrumação do time
num 4-1-4-1) acabou dando campo para o Atlético-MG. Até mesmo o zagueiro
Leonardo Silva foi para o ataque como um segundo centroavante numa espécie de
3-3-4 insanamente ofensivo. No entanto, os comandados de Thiago Larghi só
conseguiam ameaçar de verdade quando a bola chegava nos pés de Yimmi Chará (o
mais lúcido do ataque atleticano) ou quando esta era levantada na área. Dentre
alguns sustos e algumas boas intervenções do goleiro Diego Alves, nenhuma chega
perto da falta cobrada por Cazares no último lance da partida. A bola tinha
endereço certo, mas Réver salvou a pátria rubro-negra desviando o chute do
equatoriano para o travessão.
Diego
deve voltar ao time normalmente na partida contra o Corinthians, pelas
semifinais da Copa do Brasil, nessa quarta-feira (26). Além das ótimas atuações
de Trauco (autor de duas assistências, firme no apoio e sem comprometer na
defesa) e Willian Arão (outro que vem pedindo passagem há algum tempo), o
técnico Maurício Barbieri pode e deve pensar no mesmo 4-2-3-1 com Diego por
dentro e Lucas Paquetá adiantado. Mesmo não sendo a sua posição de origem, o
camisa 11 entrega muito mais do que Henrique Dourado, Uribe e Lincoln juntos e
pode ser a saída para um fim de ano mais feliz para os torcedores
flamenguistas. Ainda mais num esquema onde os ponteiros jogam com o pé trocado
e cortam pra dentro procurando uma tabela ou uma bola em profundidade. Nesse
ponto, as características de Paquetá se encaixam perfeitamente.
O
Flamengo terminou a semana com muito em jogo. O time está a apenas três pontos
dos líderes do Brasileirão e a três partidas de um possível título da Copa do
Brasil. Ainda há chances da temporada ser salva com um título de expressão. E
todos os caminhos apontam para Lucas Paquetá como atacante. Essa é a melhor
opção que Barbieri vai ter. E é bom aproveitá-la o quanto antes.
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