ROBERTO
ASSAF: Um resultado absolutamente previsível, o da vitória do Corinthians sobre
o Flamengo, 2 a 1 em São Paulo, levando-se em conta a irregularidade, e muito
mais grave, a instabilidade emocional que o time carioca passou a mostrar após
a Copa do Mundo. É impraticável acreditar em uma equipe de futebol, que afirma
brigar por algum título, e que toma três gols nos 20 primeiros minutos de uma
partida oficial, como ocorreu diante do Atlético Paranaense, em Curitiba,
derrotar que representou o começo da derrocada final do Rubro-Negro em 2018,
suficiente para deixar evidente que iria encerrar o ano sem conquista alguma.
Como
este site já vem publicando há um mês, o que há no futebol do Flamengo de hoje
é o conjunto de uma obra em ruínas: a indiferença da direção do clube, que não
tomou providências quando ainda era possível salvar a pátria, e a acomodação da
torcida, que também não fez qualquer movimento inteligente para reagir, como
deixar o estádio vazio, ou alimentar protestos de verdade pelas redes sociais.
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Corinthians x Flamengo - Foto: Getty Images |
Daí em
diante, e até o fim do primeiro tempo, o que pode observar foi um duelo de
incompetentes, dado que nenhum dos times conseguia criar de interessante. Um
punhado de passes para os lados, e pior, vez por outra errados. Na realidade, a
própria torcida do Corinthians, maioria esmagadora, é claro, parecia um tanto
desanimada, diante da dificuldade que a sua equipe exibia, contra um rival não
costuma incomodar ninguém, notadamente fora de casa. Como se não bastasse,
ainda foi obrigada a tomar um susto, ao ver Henrique Dourado marcar um gol, aos
33, enfim bem anulado por posição irregular.
Na
prática, complicado no confronto, era apontar o que havia de pior. Assim, o que
se poderia imaginar, para a etapa derradeira, era uma postura mais agressiva do
Corinthians, tipo “vamos atacar de qualquer jeito, porque eles vão acabar
entregando”, e sendo assim, um recuo maior do Rubro-Negro, pois “levar para os
pênaltis aqui dentro já vai ser um grande negócio”.
Mas
continuou quase tudo igual. O Alvinegro, sem nenhuma mudança, de jogador ou
postura, deixava que o Flamengo impedisse a sua saída de bola, sem saber, no
entanto, aproveitar as dificuldades do adversário. Aos 18 minutos, Maurício
Barbiéri trocou Diego, sentindo contusão, por Vitinho, sem definir as funções
de quem ficou em campo. Aos 23, Jair Ventura tomou afinal uma providência para
acabar com o marasmo, lançando Pedrinho no lugar de Clayson. Na primeira
intervenção, Pedrinho penteou a bola e bateu à esquerda de Diego Alves, que
pulou atrasado: 2 a 1.
Percebendo
que a vaquinha caminhava para o brejo – o que na realidade, como dito, vem
acontecendo faz dois meses – Barbiéri tirou William Arão e pôs Lincoln. Logo em
seguida, Henrique Dourado, um fenômeno do futebol – deu sua vaga a Marlos
Moreno. Trágico. Restando cinco minutos, o Corinthians reforçou a retaguarda
com Araos, para aguardar o encerramento. O Alvinegro está na decisão da Copa do
Brasil e o Flamengo caminha para mais um melancólico fim de temporada.
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