LANCE:
O técnico Maurício Barbieri afirmou que, apesar da saída do Flamengo ter sido
feita de uma maneira sadia, tinha o desejo de permanecer e garantiu que, com um
tempo maior de trabalho, poderia fazer com que os resultados voltassem a
acontecer de forma positiva. Ele lamentou o fato de ter deixado o clube antes
do fim da temporada.
Além
disso, Barbieri salientou que o fato de ser um ano eleitoral - em dezembro, há
a escolha de um novo presidente -, pesou na avaliação do trabalho que vinha
sendo realizado e teve influência nos resultados.
- É
sempre complicado falar de justiça. O meu desejo era permanecer. Tinha a
convicção de que conseguiria ajudar. (A partir de agora) Teria mais tempo para
trabalhar, tinha o respeito dos jogadores, mas a decisão é da direção. Cabe a
mim desejar sorte aos jogadores e ao Dorival - disse, em entrevista ao SporTV,
o treinador, que completou:
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Foto: Gilvan de Souza |
-
(Eleição) Tem um peso importante, claro. Em um clube como o Flamengo, sempre se
trabalha com pressão constante. Lidar com pressão, no Flamengo, tem de ser algo
diário. Tem de estar preparado. Mas, mais que a pressão, era a vontade de fazer
as coisas da maneira correta. Tem influência. Influencia no ambiente, nos
jogadores, nos resultados. Mas é difícil responder o quanto isso pesa.
Veja outros tópicos da entrevista:
Mudaria alguma decisão?
A
partir do momento que acaba, se olha para trás e avalia o que poderia fazer
melhor. Evidentemente que, neste momento, se olha e vê esse caminho ou aquele.
Não no sentido de lamentar, mas olha e vê as escolhas. Até como forma de
avaliação futura
Rendimento da equipe
Acho
que são algumas coisas que ajudam a explicar o rendimento do time. Se a solução
fosse simples, já teria sido resolvido. Tivemos a saída de jogadores
importantes, a chegada de atletas mais badalados que criaram expectativa, como
Vitinho e Uribe, mas o jogador que chega na metade da temporada é mais dificl
de adaptar. A sequência de decisões que tivemos com jogos importantes. Acho que
o Dorival vai ter mais semanas cheias em 12 jogos do que eu tive em seis meses.
Tive apenas seis semanas de trabalho. Isso acaba limitando. Tem jogadores que
oscilam o desempenho. Independente disso, as eliminações tem peso. O Flamengo
ainda é o melhor mandante do Brasileiro. Enquanto estive lá, nunca saímos do
G4. Não era o cenário que a torcida considerava essencial.
Trocas na posição 9 e 11
A
gente moldava e tentava buscar algo melhor, fazer com que a coisa acontecesse.
(Jogadores) Tiveram sequencia. Quando se fala em sequência, tem de se entrar em
um denominador comum do número que se fala de sequência. Eles tiveram
sequencia, mas não posso esperar que eles tenham uma sequência se preciso
entregar resultado. Primeiramente, vem a equipe.
Poupar jogadores
Essa é
sempre uma decisão difícil, decisão institucional, do clube. Entrar para
competir com o melhor. Para isso, havia uma avaliação física criteriosa.
Evidentemente que, em alguns momentos, entra a questão mental, emocional. Mas
não existe fórmula de sucesso.
Quem participava de tais decisões
Todos
os setores. Departamento médico, diretor, presidente, o Lomba (vice de futebol)...
Mas a palavra final sempre foi minha. Tudo que fiz, com minha convicção, mas
todos estavam cientes e participando das decisões. Nem sempre colocamos o mesmo
time porque tivemos troca por cartão, lesão. Alternamos equipe, mas procurando
escolher aquilo que tinha de melhor.
Assumir o time
Não
era o panejamento inicial do clube, não tenho dúvida disso. Flamengo tem uma
dimensão fora da normalidade, mas os números mostram que estava pronto. A
campanha, o relacionamento dia a dia.
Relacionamento com jogadores
Meu
relacionamento com os jogadores era fantástico. Sempre tive todo respeito, mas
o futebol tem circunstâncias que vão além da gente, que fogem de nosso
controle. Tenho de aceitar, não tenho o que fazer (sobre demissão). Não entendo.
Minha opinião é que precisa ter tempo para fazer o trabalho e terminar aquilo
que ele começou. Se não, a avaliação não fica completa.
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