GLOBO
ESPORTE: Dois xodós da torcida em ampla ascensão que carregavam o tão exaltado
''DNA rubro-negro'' dentro de campo. Vinicius já deixou saudades, e Lucas
Paquetá está em compasso de adeus.
No
intervalo de um ano e meio, o Flamengo negociou duas de suas principais joias
da última década. Os valores altos ampliaram o potencial de mercado e subiu o
patamar do clube como vendedor de talentos.
As
negociações de Paquetá e Vinicius estão entre as mais altas do futebol
brasileiro. E apesar de envolverem dois garotos do ''Ninho'', foram traçadas e
desenvolvidas de formas e em momentos diferentes.
Aos 21
anos, Lucas Paquetá assina contrato com o Milan estando em outro patamar no
mercado em relação ao ex-colega. Enquanto Vinicius tinha 16 anos e nenhum
minuto como jogador profissional quando acertou com o Real Madrid, ele é
titular absoluto do Flamengo e teve em 2018 sua primeira convocação para a
seleção principal de Tite.
Paquetá,
inclusive, esteve na lista de suplentes do treinador para a Copa do Mundo. O
camisa 11 subiu para o time profissional em 2016, mas só se firmou no ano
passado.
Quanto e quando Paquetá renderá ao
Flamengo?
Na
negociação de Paquetá com o Milan, o acordo prevê pagamento de sinal após
assinatura de contrato e a maior parte dos 35 milhões de euros somente em 2019.
Dono de 70% dos direitos econômicos, o clube brasileiro tem direito a € 24.5
milhões. O acordo conta ainda com variável de até € 10 mi (também dividido em
70/30 entre Flamengo e Lucas Paquetá/Brazil Soccer) de acordo com bônus. Metas
individuais e coletivas estão estipuladas para o longo dos 5 anos de contrato.
Observado desde a infância, Vinicius foi
um caso raro
Vinicius
tinha 16 anos e nenhum minuto sequer entre os profissionais quando foi vendido
por cifras milionárias ao Real Madrid. Sua subida ao time principal esteve
ligada diretamente com a venda aos espanhóis. Monitorado desde muito novo e
considerado uma joia rara de sua geração, ele foi negociado por 45 milhões de
euros (quase 170 milhões de reais na cotação atual).
Quanto ficou para o Fla?
Descontados
impostos e comissões, o Flamengo ficou com aproximadamente R$ 100 milhões.
Desse montante, o Rubro-Negro recebeu 2/3 (cerca de R$ 66 milhões) no ato da
venda. O restante foi parcelado. A última fatia foi paga ao Rubro-Negro este
ano, quando Vinicius completou 18 anos e embarcou para Madri, em julho deste
ano.
Processos
distintos
Antes
de tornar oficial a negociação com o Real, Vinicius renovou seu contrato com o
Flamengo e subiu a multa rescisória para 45 milhões de euros - valor que já
estava acordado com o clube europeu. Houve também um aumento salarial durante sua
permanência no time principal. A promoção aos profissionais e a utilização do
atacante faziam parte deste acordo casado de venda/renovação.
Paquetá
e o Flamengo, por sua vez, tinham o consenso de não renovar após o fim do ano.
Titular absoluto da equipe em 2018, ele já havia despertado interesse
internacional na janela do meio do ano.
Venda de Vinicius foi tratada como sucesso
absoluto
A
venda do garoto de 16 anos foi tratada como um negócio de sucesso e irrecusável
pelo Flamengo na época. Parte da verba recebida foi utilizada logo pelo próprio
departamento de futebol. O clube confirmava abertamente que a vinda de
jogadores como Éverton Ribeiro, no meio de 2017, foram viabilizadas pelo
dinheiro pago pelo Real Madrid.
Vizeu: outra venda expressiva na temporada
O ano
de 2018 já havia sido marcada por outra negociação de uma prata da casa. Apesar
de não ter sido titular absoluto entre profissionais, Felipe Vizeu fez gols
importantes entre os profissionais e despertou interesse do futebol italiano. O
Rubro-Negro o vendeu para a Udinese no primeiro semestre por 6 milhões de
dólares (cerca de R$ 20 milhões na cotação atual). Ao Flamengo, coube R$ 12
milhões em cinco parcelas. O Rubro-Negro ainda tem outras quatro parcelas a
receber até 2020. A segunda, até 31 de dezembro.
Jorge abriu o caminho do ''Flamengo
vendedor''
A
mudança de patamar do Flamengo como clube vendedor teve sua largada no começo
de 2017, quando o lateral jorge foi vendido por 8,5 milhões de euros (cerca de
28 milhões de reais na cotação da época) para o Monaco. Na ocasião, a
transferência era a maior da história do clube, superando a de Renato Augusto
em 2008, que rendeu cerca de R$ 15 milhões aos cofres rubro-negros. Era o
início de uma nova etapa para a base rubro-negra.
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