TRIVELA:
Por: Leandro Stein
Uma
semana depois da derrota que ampliou um ano frustrante até o momento, o
Flamengo retornou à Arena Corinthians. Já não tinha mais a Copa do Brasil em
vista e sequer era orientado pelo mesmo treinador, agora sob as ordens de
Dorival Júnior. Em uma semana, aliás, não dá para imaginar mudanças drásticas.
Desta vez, ao menos, os rubro-negros tiveram uma diferença fundamental:
balançaram as redes. Três vezes. Conquistaram uma vitória que não apenas aplaca
a sequência de maus resultados nas viagens a São Paulo, como também deixa para
trás as decepções e oferece ânimo para a sequência do Brasileirão. O triunfo
por 3 a 0 sobre o Corinthians fortalece as condições da equipe na briga pelo
título e ainda serve para recuperar a confiança de Lucas Paquetá, protagonista
do time no início do campeonato, mas que vinha mal nas últimas semanas. Foi a
primeira vitória do Fla sobre o Corinthians fora de casa desde 2009.
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Renê comemorando gol com jogadores do Flamengo - Foto: Alexandre Schneider/Getty Images |
O
Flamengo manteve o seu estilo de jogo contra o Corinthians. Tinha a posse de
bola e pressionava os adversários, tentando encontrar alguma brecha. Possuía
muito volume de jogo e chegou a dar alguns sustos. Everton Ribeiro vinha bem na
organização da equipe, enquanto Vitinho estava ligado e arriscava, em uma
atuação muito melhor do que suas aparições apáticas dos últimos tempos – por
mais que o confronto com o improvisado Gabriel facilitasse. Faltava ao time
finalizar mais. Enquanto isso, os alvinegros buscavam os contragolpes, que
surgiam desde os primeiros minutos, faltando um pouco mais de capricho. Ainda
assim, suas oportunidades foram mais claras, sobretudo antes do intervalo. Após
uma saída errada de William Arão, o gol só não saiu por conta de duas grandes
defesas feitas por César, barrando Mateus Vital e Douglas.
Era um
Flamengo mais consciente do que precisava fazer, ainda que o filme dos jogos na
Copa do Brasil voltassem à tona, com a inoperância determinando o fracasso. Não
aconteceria o mesmo no segundo tempo. As bolas paradas foram a solução dos
rubro-negros. O primeiro gol saiu aos 14 minutos. Vitinho cobrou o escanteio e
Paquetá apareceu para definir de cabeça. Pedrinho entrou logo depois e já deu
um aviso contra a meta de César, em chute que seguiu para fora. Contudo, o
segundo gol do Fla, aos 20 minutos, seria fundamental para garantir o
resultado. Em mais um escanteio de Vitinho, a defesa não afastou completamente
o desvio de Uribe e Paquetá fuzilou na linha da pequena área.
O
Corinthians precisava de uma imposição que não é a sua praia e o Flamengo
conseguiria controlar o tempo, sem sofrer grandes riscos. Enquanto as outras
opções do banco corintiano eram envelhecidas, com as apostas em Emerson Sheik e
Danilo, Dorival Júnior tratou de reforçar a marcação dos rubro-negros, usando
peças mais defensivas. E quando até parecia que o placar não se alteraria, o
terceiro tento saiu nos acréscimos. Em contra-ataque, Rodinei cruzou e Renê
tentou duas vezes para vencer Cássio.
É uma
noite que vale ao Flamengo pela maneira como o segundo tempo se deu e pelos
jogadores que voltam a recobrar o moral. Lucas Paquetá tem muita energia, mas
nem sempre consegue direcioná-la da melhor forma. Dois gols servem para
qualquer um extravasar. Mesmo Vitinho e Everton Ribeiro merecem elogios pela
maneira como atuaram. O Corinthians, por sua vez, sabe que a Copa do Brasil é
um ponto fora da curva e que a jornada no Brasileirão será longa. Fica a lição
que, em uma equipe tão reativa, é necessário ser bem mais letal quando surgem
as oportunidades.
O
Flamengo sobe aos 52 pontos e recupera provisoriamente a terceira colocação, de
olho no que acontecerá no clássico entre São Paulo e Palmeiras, além do jogo do
Grêmio. A derrota do Inter ajudou. Já o Corinthians fica em nono, a dez pontos
do G-6 e a seis do Z-4. Vai ter que esfriar a cabeça pensando no compromisso
com o Cruzeiro, no primeiro duelo da decisão da Copa do Brasil, marcado para a
próxima quarta. A pior derrota sofrida na história da Arena não é um bom
presságio, por mais que a motivação seja outra para a final.
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