TRIVELA: Ao longo de toda a carreira, foram apenas duas aparições pela seleção brasileira: um jogo não-oficial contra a seleção baiana, em 1979, e a vitória sobre a Alemanha Ocidental em amistoso no Maracanã, em 1982. Pela qualidade técnica, Adílio merecia mais chances com a camisa amarela. Não é isso, no entanto, que diminui a carreira do veterano. A torcida do Flamengo sabe reconhecer a excelência de seu camisa 8 e, não à toa, o coloca entre os maiores ídolos de sua história. O que o meio-campista jogou no ciclo mais vitorioso da história do clube não foi pouco. E se fez decisivo em vários momentos de glória. Um gigante rubro-negro, que completa 60 anos neste domingo.
Cria das categorias de base, Adílio começou a despontar com outros tantos prodígios durante a década de 1970. E não demorou para se tornar peça fundamental, compondo uma trinca clássica no meio de campo, ao lado de Andrade e Zico. Ao lado do refinado volante e do craque da camisa 10, Adílio oferecia enorme equilíbrio ao setor. Dono de muita potência física, ajudava a dar velocidade tanto à saída de bola quanto aparecia como arma extra no ataque. Contudo, não se limitava à força, tratando muito bem a bola com passes precisos e ótimos disparos. Um todo-campista, completo como poucos.
O auge da forma de Adílio veio justamente no período mais dominante do Fla. No fim da década de 1970, teve papel importante no tricampeonato carioca, além de ter faturado por duas vezes a Bola de Prata da revista Placar. Já nos anos 1980, era o vértice do esquadrão que conquistou três edições do Campeonato Brasileiro, além da Libertadores e do Mundial Interclubes. E a estrela do camisa 8 brilhou em diversos momentos. Incluindo também Taça Guanabara e Taça Rio, o meio-campista balançou as redes em sete finais – os mais importantes contra o Liverpool, em Tóquio, e contra o Santos, no nacional de 1983.
Adílio só começou a perder espaço na equipe na segunda metade da década de 1980, saindo meses antes da conquista do Brasileiro de 1987. Depois, rodou por diversos clubes sem se firmar. Nada que atrapalhasse a sua história. Com 617 jogos vestindo a camisa rubro-negra, é o terceiro jogador que mais vezes entrou em campo pelo clube, só atrás de Júnior e Zico. Além disso, também aparece no Top 12 de artilheiros. Um ídolo, por seu talento e por sua dedicação, para todos os flamenguistas se orgulharem.
Abaixo, dois vídeos de Adílio: alguns de seus gols mais importantes na equipe e também os lances na grande atuação na final do Brasileiro de 1983.
Por: Leandro Stein