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Foto: Marcelo Theobald / Extra |
EXTRA GLOBO e UOL: Em meio à crise que vive o Flamengo após a eliminação precoce na Copa do Brasil, para o Fortaleza, o diretor executivo de futebol, Rodrigo Caetano, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira, no Ninho do Urubu. Ameaçado de demissão, ele falou sobre o assunto.
– Sobre mudanças, não sou a pessoa indicada a falar sobre isso. Eu faço o meu trabalho… e ele não começou ontem. Já são 13 para 14 anos nessa função, sempre com comprometimento – disse Caetano.
A diretoria tem uma série de reuniões agendadas a partir desta noite e a saída de Caetano pode se consumar em um dos encontros. Perguntado sobre a demissão, o executivo analisou com serenidade.
– Faço o meu trabalho. Vivo isso aqui 24 horas por dia e sofro. Tenho comprometimento e preciso acertar muito mais do que errar. Toda essa campanha é frustrante. Nos planejamos para outra coisa. Mas isso não se traduz nos resultados. Já passou da hora de esse elenco fazer valer o investimento que foi feito, encerrou.
Abaixo, outros trechos da entrevista.
VIAGEM DO PRESIDENTE
“A questão do presidente não me diz respeito. Quando não esteve aqui fisicamente esteve presente em tudo no futebol do Flamengo. Não poderia ser diferente”.
VOLTA DE MURICY
“Tendo um técnico, qualquer decisão em relação a elenco precisa da presença dele. O prognóstico é que semana que vem ele retorne, esperamos que se concretize. No jogo de domingo contra o Grêmio fora o Jayme e o Tata vão tentar reunir o que não deu certo ontem para fazer um jogo digno”.
RESPONSABILIDADE POR TODO O FRACASSO
“Esperávamos que o elenco que foi montado em conjunto tivesse resultados diferentes. Minha função tem limitações. Observo com preocupação o movimento que o mercado determina. Que executivos de outros clubes são julgados pelo resultado de campo. Quando viemos aqui para trabalhos de longo prazo. Para aproximar o clube dos resultados. Com práticas de gestão, diretrizes da direção estatutária. Mas a cobrança é natural. Cabe a mim exercer o meu papel da melhor forma. Vou seguir até o dia que alguém venha me comunicar de algo diferente”.
MODELO DE GESTÃO DO FUTEBOL
“A análise não pode ser feita por mim. O modelo adotado de profissionalização certamente aproxima o clube das vitórias de campo. As situações muitas vezes não seguem o manual do correto e só no futebol se transforma, da liga, a coisa acontece. Mas não sou eu o indicado a avaliar isso. Uma reflexão cabe. Não vou legislar em causa própria. Mas vários atletas de bom nível não conseguiram render aqui o que era esperado, técnicos de ponta da mesma forma. Mas não credito isso a um modelo específico. Temos que identificar o motivo, claro. É um clube diferente. Mas tem que trazer isso para o bem. Tem que entender de pressão também”.