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Foto: Divulgação / Flamengo |
SITE OFICIAL DO FLAMENGO: Dezenas de rubro-negros tiveram a honra de serem presidentes do Flamengo. Mas alguns deles marcaram de forma especial o clube, participando dos grandes momentos históricos do Mais Querido do Mundo.
Tudo começou com Domingos Marques de Azevedo (1895), o primeiro dos mandatários. Curiosamente, ele não fazia parte do primeiro grupo que idealizou o clube: era um militar da marinha que, interessado com a movimentação na primeira sede, no bairro do Flamengo, acabou participando da eleição. Foi em sua gestão que o Mengão adotou as cores vermelha e preta no uniforme. Naquela época, ainda não havia o futebol e o esporte que mais fazia a cabeça dos jovens cariocas era o remo. A primeira vitória em uma regata veio no mandato de Augusto Lopes da Silveira (1898). Em 1900, com o presidente Antonio Viana Filho, veio o primeiro dos títulos, o Troféu Jarra Tropon, durante uma Regata Internacional, que comemorava o IV Centenário do Descobrimento do Brasil.
Em 1905, o rapaz que teve a ideia de criar o grupo de regatas que se tornou o gigante Flamengo, José Agostinho Pereira da Cunha, era presidente. Sócio número 1 do clube, é considerado o “pai do Flamengo”. Já Faustino Esposel (1921) era quem estava na cadeira de presidente quando o clube recebeu o terreno da Gávea da prefeitura do Rio de Janeiro. Naquele ano, o futebol do Rubro-Negro tinha nove anos de existência – foi instituído por Alberto Borghet, mandatário em 1927, em 1912. Borgeth, que remou pelo Flamengo em 1906, conquistou o primeiro campeonato carioca de futebol do Fla, em 1914, e o segundo, em 1915.
Aquele que nomeia o estádio da Gávea, o visionário José Bastos Padilha (1933), foi quem construiu a atual sede do clube. Durante sua gestão, pioneira na gestão profissional no esporte, foi aberta a contratação de jogadores negros, entre eles os maiores craques da Seleção Brasileira na época: Leônidas da Silva, o Diamante Negro, e Domingos da Guia, que foram fundamentais para a transformação da torcida em uma verdadeira Nação Rubro-Negra.
Na década de 1950, o grande nome foi Gilberto Cardoso (1951-1955), que comandou o clube em uma era de muitas glórias no atletismo, basquete, vôlei e no futebol (que faturou seu segundo tricampeonato carioca e fez muitas excursões à Europa). Mas ainda assim, seu falecimento é o capítulo que mais marcou sua história, já que pode-se dizer que Gilberto morreu de emoção com uma vitória rubro-negra. O mandatário sofreu um infarto após a final do Carioca de basquete, contra o Sírio Libanês, quando Guguta foi o autor da cesta da vitória no estouro do cronômetro. Merecidamente, o Maracanãzinho leva seu nome, assim como uma das ruas que circundam a sede da Gávea.
Quem também dá nome a uma das ruas no entorno do clube é Fadel Fadel (1962): eleito em um período conturbado, logo após a renúncia de seu antecessor, devolveu o Flamengo aos trilhos e, como diz o hino oficial, foi campeão de terra e mar. No futebol, veio mais um Campeonato Carioca em um Fla-Flu decisivo e emocionante; no remo, o Flamengo voltou a ser campeão sob o comando técnico do inesquecível Buck, uma lenda da modalidade. Sem contar com os troféus que basquete, atletismo e vôlei levaram para a Gávea. Também foi Fadel Fadel quem inaugurou as piscinas social e olímpica do Mais Querido, que passou a ter o maior parque aquático do Rio de Janeiro na época.
Foi na gestão de Hélio Maurício (1974), que hoje dá nome ao ginásio do basquete na Gávea, que começou a Era Zico. Aqueles talentosos garotos da base acabariam, na gestão de Antonio Augusto Dunshee de Abrantes (1981), se tornando a geração mais vitoriosa do futebol rubro-negro, sendo campeões de tudo: Carioca (1981), Libertadores (1981), Mundial (1981) e Brasileiro (1982 e 1983).
Depois de se firmar como maior camisa 10 do Flamengo, Zico foi para a Itália, jogar pela Udinese. Mas antes de se aposentar, foi repatriado na gestão de George Helal (1984 – 1986), em 1985. Hoje, Helal dá nome ao Centro de Treinamento em Vargem Grande, o Ninho do Urubu.
Nenhum dos presidentes ficou à frente do Rubro-Negro por mais tempo que Márcio Braga, que comandou o clube em quatro mandatos: 1977 a 1980; 1987 a 1988; 1991 a 1992 e 2004 a 2009. O dirigente ficou conhecido por ter tomado medidas progressistas, como o saneamento das dívidas do clube e o fim dos bichos aos jogadores. Em sua gestão foi criado o bordão “Craque o Flamengo faz em casa”. Em campo, viu o futebol ganhar os Brasileiros de 1987, 1992 e 2009, além da Copa do Brasil de 2006 e muitos campeonatos estaduais.
Hoje, depois da primeira presidente mulher do clube, Patricia Amorim (2010), Eduardo Bandeira de Mello está em seu segundo mandato à frente do Flamengo. Em sua gestão, o Rubro-Negro reduziu sua dívida em centenas de milhões de reais, profissionalizou todos os departamentos do clube, alcançou a autossustentabilidade dos esportes olímpicos, fez uma série de reformas físicas na infraestrutura da sede da Gávea e do CT do futebol, contratou grandes craques como Paolo Guerrero e Diego, e passou a ser referência em gestão do esporte no país. Nos primeiros três anos, o futebol foi campeão da Copa do Brasil, em 2013, e do Carioca, em 2014, e o basquete foi campeão estadual, brasileiro, continental e mundial, em um difícil período de reestruturação. Em 2016, já em melhor situação financeira e começando a colher os frutos do trabalho feito nos últimos anos, o time de futebol briga na ponta da tabela do Brasileirão.