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Centro de excelência em Performance do Flamengo – Foto Divulgação |
EXTRA GLOBO: O baixo índice de lesões no Flamengo, alcançado pelo trabalho de prevenção, pode levar até a um elenco menos numeroso no futuro. O trabalho de recuperação de atletas deu certo e fez apostas como Réver, Leandro Damião e Rafael Vaz vingarem rapidamente. Assim como Diego, adaptado após anos na Europa.
— Com trabalho específico e com menos lesões em relação aos outros anos, conseguimos trabalhar com um grupo menor — destacou o médico Márcio Tannure.
No Centro de Excelência em Performance, o conceito implementado reeducou o grupo de atletas e deu início a um método que vai moldar um estilo de jogo do time.
— O treinamento é físico, técnico, tático e emocional. Os atletas entenderam que o ditado agora é treinar como se joga e jogar como se treina. Com alta intensidade — diz o preparador físico Daniel Gonçalves, que conseguiu driblar o excesso de viagens.
A montagem do time também foi um processo de recuperação. A diretoria idealizou reforços no começo da temporada, mas a terminou com apostas de meio de ano. O acerto na escolha das peças para as carências da defesa, do meio e do ataque cai na conta de Rodrigo Caetano. O dirigente agiu com agilidade sem lesar os cofres do clube.
Para Flávio Godinho, o elenco só precisa de poucas peças em 2017:
— É qualificar o elenco para tentar ser campeão. Com poucas contratações podemos disputar títulos – afirmou.
O que não pode se repetir
Dois acontecimentos inesperados prejudicaram o começo de ano do Flamengo: a dificuldade de usar o Maracanã antes e depois da Olimpíada; e o problema de saúde de Muricy Ramalho. Mas apenas o segundo era de fato inesperado. A diretoria rubro-negra acabou sendo obrigada a improvisar locais para o time atuar, o que no fim das contas não gerou prejuízo técnico, mas sim físico.
– Foram minutos de treinamento na temporada que somados chegam a dezenas de treinos perdidos, o que contribuiria para a perda de desempenho. Mas a adesão dos atletas e o planejamento do CEP fez com que a gente chegasse mesmo em um ano atípico brigando por esse título – lembrou Daniel Gonçalves.
Antes desse cenário, o início do trabalho de Muricy Ramalho não engrenava. Anterior à sua saída, o Flamengo lidou com invasão ao centro de treinamento após a péssima campanha no Carioca. Na ocasião, a cabeça do diretor Rodrigo Caetano ficou a prêmio, o que ameaçou o planejamento em 2016.
Ao bancar a permanência do executivo e dar moral a Zé Ricardo, a diretoria estancou a crise e o time cresceu — muito por conta do que se fez na janela de transferências no meio do ano. Os reforços de começo de temporada, como Mancuello e Cuéllar, não renderam o esperado. Apenas Alex Muralha se consolidou como titular, além de Willian Arão.
Diferentemente dos que chegaram em situação de emergência. A ascensão de atletas da base depois de conquistas nos juniores também vai ser mais bem explorada para que as apostas diminuam em termos de reforços.
Um dos jogadores em que se acredita muito para a próxima temporada é Ederson. Baixa das mais sentidas por causa de lesões, o camisa 10 é o jogador-conceito do Centro de Excelência em Performance. Entregue à preparação física, o meia só volta a atuar com a camisa do Flamengo em 2017.
– O saldo foi muito positivo. Mas ainda tem muita coisa para melhorar. Vamos sempre buscar excelência. Conseguimos diminuir drasticamente os índices de lesão em relação aos últimos anos. Muito pelo trabalho de prevenção, metodologia adotada no início do ano, e no fim a gente vê o resultado. Eles viriam a médio e longo prazo mas vieram antes que imaginávamos. Confirma a necessidade da manutenção do trabalho, em um ano atípico, de aprendizado, e vamos aperfeiçoar – garantiu Márcio Tannure.