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Zagueiro Réver disputando a bola durante Flamengo x Coritiba – Foto: Alexandre Loureiro/Getty Images |
GILMAR FERREIRA: Final de semana traumático para os grandes clubes do Rio, com o frustrante empate do Flamengo num Maracanã lotado sendo tratado como o melhor resultado.
Nesta reta final das Séries A e B, o Vasco periga não retornar à Primeira Divisão…
Fluminense e Botafogo patinam na luta por vaga na pré-Libertadores…
E o Flamengo corre o risco de não figurar sequer no G-3.
Que fase…
FLAMENGO 2 x 2 CORITIBA.
Não seria nenhum exagero atribuir ao sistema defensivo certa responsabilidade pela queda de rendimento do Flamengo nas últimas seis rodadas.
O time que levava em média um gol por jogo passou a sofrer dois gols a cada partida e os empates travaram a arrancada para o título.
O 2 a 2 deste domingo, desenhado quando o Flamengo era melhor e tinha boa vantagem no placar, foi o quarto nos últimos seis jogos do time de Zé Ricardo.
E com apenas uma vitória neste período…
Fato é que a eliminação na Copa Sul-Americana para o modesto Palestino, do México, mexeu com o time rubro-negro.
Desde então, foram nove jogos, com cinco empates, três vitórias e uma derrota.
Um rendimento muito aquém das projeções da própria comissão técnica.
Cheguei a publicar aqui a intenção de somar 18 pontos na seis últimas rodadas da competição.
Meta arrojada para um clube cuja média nos pontos corridos está entre cinco e doze pontos.
El Já se foram quatro das seis rodadas finais e foram apenas seis pontos somados.
Está, portanto, rigorosamente dentro da média _ ou seja: meta não cumprida.
PALMEIRAS 1 x 0 BOTAFOGO.
Enquanto os times estiveram mais ou menos espelhados em seus desenhos táticos, o equilíbrio foi a tônica.
Até Cuca trocar Clayton Xavier por Alecsandro.
Com o atacante no lugar de um meia, o Palmeiras bagunçou o sistema defensivo alvinegro e achou os espaços.
Fez um gol e administrou a posse de bola.
O Botafogo não vence há quatro rodadas, precisamente há um mês.
Parou nos 55 pontos e, em tese, precisa ao menos vencer a Ponte Preta na Ilha para sacramentar a vaga no G-6.
Mas vocês hão de lembrar o alerta feito aqui sobre a diferença de se brigar na parte de cima da tabela.
O esquema e o jogo do time de Jair Ventura funcionaram perfeitamente enquanto não pesava sobre os ombros dos jogadores o protagonismo dos confrontos.
Há quatro rodadas a vitória não vem…
O técnico tem tentado variações, ainda sem sucesso.
PONTE PRETA 1 x 0 FLUMINENSE.
A oitava partida sem vitória do time tricolor foi a síntese de toda campanha.
Perdi as contas de quantos pontos o Fluminense deixou escapar ou até mesmo de quantos foram os jogos em que deixou de vencer.
Mesmo tendo o domínio das ações.
A falta de equilíbrio entre meio-campo e ataque impediu a evolução na tabela e este talvez tenha sido o maior erro de Levir Culpi, que não soube corrigi-lo.
Saber fechar os espaços é ainda virtude de poucos técnicos brasileiros.
E o Fluminense, com o atual elenco, não soube encontrar o seu meio termo.
Desenvolveu-se melhor quando teve Edson ou Pierre, Douglas e Cícero no meio, com Marcos Júnior, Scarpa e Magno Alves na frente.
Foi sua melhor harmonia, embora isso não signifique exatamente um referendo.
A impressão é a de que o entra e sai de jogadores impediu Levir Culpi de fazer um time confiável em tempo hábil.
Vejamos então se Marcão não consegue ao menos fechar o campeonato de forma digna.
CRICIÚMA 1 x 0 VASCO.
Jorginho abriu mão da maior movimentação de Ederson no ataque para a volta de Andrezinho.
Se deu mal.
O Vasco não ganhou criatividade e perdeu intensidade.
A marcação frouxa na saída de bola adversária abriu espaços para o Criciúma fazer o que lhe cabia.
Jorginho acordou após sofrer o gol num pênalti grotesco cometido por Diguinho, mas as substituições não deram resultado.
Agora, vencer o Ceará no Rio não será difícil.
Basta equilibrar qualidade e equilíbrio…
Virtudes que o Vasco não mostra faz tempo…