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Willian Arão e Rodrigo Pimpão – Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo. |
GILMAR FERREIRA: Foram 103 toques na bola e 44 troca de passes em dois minutos e oito segundos até que Diego Souza encerrasse o ensaio com um chute certeiro dando números finais à vitória de 3 a 0 do Sport sobre o Grêmio, em pleno Estádio Olímpico, na noite desta última segunda-feira.
Um gol marcado já na fase final do jogo, por um time que disputa a parte debaixo da tabela, num jogo fora de casa e contra um adversário de qualidade, supostamente, superior…
O FEITO PERNAMBUCANO, como não poderia deixar de ser, incendiou a discussão em voga nos debates esportivos e nas redes sociais sobre a qualidade do futebol que se joga por aqui, que seria a causa direta do baixo nível técnico do atual Brasileiro.
Embate ideológico extremamente saudável e capaz de levantar respostas para o comportamento esquisito de times que oscilam na competição, em que pese o alto custo de seus elencos…
DE FATO, os jogos, em especial os da Série A, perderam a plasticidade e o senso coletivo.
Com exceção do Santos, que “encaixou” dez vitórias e um empate em onze jogos graças a manutenção da regularidade na troca de passes, o que se vê é muita vontade.
Palmeiras, Atlético-MG, Corinthians e Flamengo, que terminaram o turno no G-4, tiveram queda vertiginosa neste particular e isso explica muita coisa.
PRINCIPALMENTE no caso específico do Flamengo.
O time de Zé Ricardo tinha em média 445 passes ao final de seus primeiros 19 jogos, fato que o fazia despontar como um forte candidato à conquista da Copa Sul-Americana e um potencial candidato a disputar o título do Brasileiro com Palmeiras e Atlético-MG.
Percebia-se, com a chegada de Diego e o acerto da zaga com Rever e Vaz, um jogo bonito e eficiente, sem firulas.
MAS A ASCENSÃO viralizou o tal “cheirinho” e o aroma fez mal ao próprio Flamengo.
A eliminação, surpreendente, para o modesto Palestino na Sul-Americana fez o título Brasileiro virar obrigação e o time passou a jogar de forma afobada.
O número médio de passes hoje gira em torno dos 300 _ e já houve jogos em que não chegou a 200.
Reparem: o Sport fez 44 em dois minutos, o que seria mais de 20% do que o Flamengo fez num jogo todo…
PORTANTO, eis o caminho da salvação: esquecer a obrigação da conquista do título e se concentrar no bom jogo de bola, por aqui chamado de futebol…