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Troféu de campeão Carioca 2017 conquistado pelo Flamengo no Maracanã – Foto: Gilvan de Souza |
GOAL: Por Bruno Guedes
Campeão Carioca. Melhor ataque. Melhor defesa. Artilheiro do campeonato. Invicto. Flamengo fez barba, cabelo, bigode e depilação. Assim como foi no Brasileirão 2016, com ele pegando o time depois do início da competição e alguns dizendo o contrário, Zé Ricardo calou a boca dos críticos.
Zé sepultou de vez a ideia de que só treinador “medalhão” e “cascudo” consegue dominar um vestiário cheio de estrelas. Não só dominou, como montou uma equipe que esbanja organização. Mesmo esbarrando na limitação técnica de alguns jogadores para matar as partidas, consegue dominar quase em todas as partidas o adversário. Flamengo nas últimas seis partidas teve quase o dobro de finalizações que os rivais. Ele não chuta, comanda.
Mais além, Zé apresentou de forma definitiva aos Rubro-Negros a diferença fundamental entre “posição” e “função”, algo tão comum no futebol de alto nível em outras partes do planeta. Conseguiu aproveitar Rodinei, Trauco e até Guerrero em funções diferentes das habituais, criando 14 jogadores titulares e armas de improviso que mudaram as partidas.
Com a lesão do Diego, o técnico achou soluções táticas para o Flamengo e que servirão muito para a temporada, que agora começa realmente. Como a utilização de dois volantes atuando como meias, com apoio coletivo pelas laterais. Ou então a volta ao 4-1-4-1 que foi base para a consolidação do seu trabalho em 2016. Sem contar as diversas experiências e rodagem que deu ao elenco desde o primeiro jogo. Fez o dever de casa todinho.
Internamente, os jogadores se fecharam em torno da proposta dele e o veem como um dos fatores de sucesso do time. Para a torcida que o apoiou sempre, cabe agora a manter a cobrança positiva e a confiança. A renovação de treinadores pede passagem no Brasil e Zé Ricardo é um dos nomes que lideram essa lista. E com trabalho, muito trabalho. Não o nome à frente para servir de escudo para falta de atualização.
Aos corneteiros que ainda acreditam que só os “medalhões” e “experientes” têm a fórmula do sucesso, um aviso: o troféu do 34ª título do Flamengo pode ajudá-los a repensar sobre o que andam vendo de um futebol que mudou. E mudou muito.