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Técnico Zé Ricardo comemorando título pelo Flamengo – Foto: Gilvan de Souza |
GLOBO ESPORTE: Do início empolgante, passando pelo vice da Taça Guanabara até a semana decisiva coroada com o título do Campeonato Carioca. Esse é o roteiro da trajetória do Flamengo, maior campeão estadual do Rio de Janeiro, até o 34º troféu. Invicto sem precisar ganhar nenhum dos dois turnos.
O segundo jogo da decisão terminou 2 a 1 para o Flamengo – o primeiro tinha sido 1 a 0. Apesar da considerável vantagem ao fim das duas partidas, o Rubro-Negro sofreu no último domingo. O Fluminense abriu o placar logo no início e levava a final para os pênaltis, mas Guerrero, já perto do fim, empatou. Rodinei, ainda mais perto do apito final, virou.
Como todo bom filme, a trajetória do Flamengo no Campeonato Carioca de 2017 tem um começo empolgante, daqueles que fazem você querer assistir até o fim. No meio, um pouquinho de drama para dar graça. Mas o fim é de emocionar quem assistiu. Vamos, então, por capítulos, porque esta é a ordem que define a conquista rubro-negra!
Pontapé inicial e o time ganhando formas
A estreia do Flamengo no Campeonato Carioca foi muito boa: vitória por 4 a 1 sobre o Boavista, na Arena das Dunas. O time, é claro, ainda ganhava forma, mas já tinha reforços. Trauco, na lateral esquerda, ocupava pela primeira vez a vaga de Jorge, negociado com o Monaco. Fez gol, deu uma assistência e já caiu nas graças da torcida. Rômulo, no meio, ganhou a vaga de Márcio Araújo. Era o início esperado, com uma goleada para coroar.
Depois da estreia, mais duas goleadas sobre os times menores pela Taça Guanabara (o primeiro turno): 3 a 0 no Macaé e 4 a 0 no Nova Iguaçu. O Botafogo, único carioca que também está na Libertadores, perdeu por 2 a 1 sem boa parte de seus titulares. Para fechar a fase de grupos, 4 a 0 no Madureira. O Vasco, adversário da semifinal do turno, dificultou, mas também perdeu: 1 a 0 para o Rubro-Negro e fim de um jejum de vitórias sobre o rival.
O vice da Taça Guanabara nos pênaltis
E, num piscar de olhos, o Flamengo estava na final da Taça Guanabara.. O adversário? O Fluminense. Em um jogo intenso, de seis gols, as equipes empataram em 3 a 3 no Nilton Santos e levaram a decisão para os pênaltis. O time comandado por Abel Braga se deu melhor e levou o título para casa. Apesar de falhas notáveis de marcação e erros vistos pela primeira vez na temporada, a base rubro-negra estava montada para o restante do primeiro semestre.
A hora de poupar e rodar o elenco: Taça Rio
Terminada a Taça Guanabara, o Flamengo tirou o pé do acelerador no torneio estadual. Como o confuso regulamento do Campeonato Carioca permitia que uma equipe fosse à final mesmo sem ser campeã da Taça Guanabara e da Taça Rio, o Rubro-Negro decidiu poupar titulares no segundo turno e confiar na sua boa pontuação geral para ir à semifinal do estadual. E deu certo.
Dividindo-se entre Taça Rio e Libertadores, o time comandado pelo técnico Zé Ricardo passou a ter novas caras em ação: Renê, Lucas Paquetá, Vizeu, Damião, Cafu, Berrío, Ronaldo, Rodinei… O elenco passou a ser rodado para que tivesse mais ritmo no restante da temporada, quando será exigido. Mesmo sem seus medalhões em todos os jogos, o time seguiu invicto.
Os quatro empates e a ”eliminação” do segundo turno
Os testes até iam bem, como previsto: goleada por 5 a 1 sobre a Portuguesa, 1 a 0 no Resende, 3 a 0 no Bangu… Mas os clássicos chegaram, e ausências (Guerrero, Diego e Trauco, por exemplo, foram convocados para seleções) começaram a pesar. Quatro empates em sequência, contra Vasco, Volta Redonda, Fluminense e Vasco, novamente, já pela semifinal da Taça Rio, custaram a sequência do Flamengo no segundo turno. Como o Cruz-Maltino tinha vantagem do empate, o Rubro-Negro não chegou na decisão do segundo turno.
Graças à boa pontuação também na Taça Guanabara, o Flamengo se garantiu na semifinal do Campeonato Carioca sem chegar à decisão da Taça Rio e sem título de qualquer um dos dois turnos. Zé Ricardo soube jogar com o regulamento debaixo do braço: foi até quando era preciso com os titulares e depois poupou alguns para a Libertadores, dando, também, mais oportunidade aos garotos . A equipe chegou calejada à semi.
Enfim, valendo. A semana definia meio ano
Era hora de buscar o final feliz. Mas, novamente, não sem uma pitada de drama – e muita emoção. Entre as duas finais do Campeonato Carioca, já que eliminou o Botafogo na semifinal, o Flamengo tinha outra final disfarçada: a partida contra a Universidad Católica, pela Libertadores, que poderia praticamente garantir a equipe no mata-mata ou dificultar bastante suas chances na fase de grupos. Além disso, não teria mais a participação de Diego no torneio estadual: o camisa 35 teve que operar o joelho.
Desta vez, Zé Ricardo não podia se dar o luxo de poupar titulares e foi com força máxima nas três decisões: venceu o Fluminense no primeiro jogo da final carioca e a Católica na quarta-feira, ambos no Maracanã. Chegou para o duelo mais importante do primeiro semestre, então, com o elenco desgastado física e mentalmente.
Na decisão do Campeonato Carioca, com o Maracanã lotado por 68 mil pessoas, o Fluminense abriu o placar. Nervosismo. Tensão nas arquibancadas, dos dois lados do estádio. Guerrero, porém, tranquilizou a parte rubro-negra com mais um de seus gols, no fim da partida. Rodinei, mais uma vez como válvula de escape no segundo tempo, virou.
O fim, como num filme, teve drama, mas sorrisos, festa… Só dá para dizer que foi um final feliz!