![]() |
Zé Ricardo, técnico do Flamengo – Foto: Gilvan de Souza |
GLOBO ESPORTE: A conquista do Campeonato Carioca pelo Flamengo, neste domingo, após a vitória de virada por 2 a 1 sobre o Fluminense, no Maracanã, foi especial para o técnico Zé Ricardo, que tem agora seu primeiro título profissional. Antes de ser surpreendido pelos jogadores, que invadiram a entrevista e lhe deram um banho de água, o comandante rubro-negro destacou o merecimento de sua equipe para levantar a taça.
– É uma emoção única. Realização pessoal, profissional… E de um clube que vem mostrando um crescimento, com pessoas sérias. Fazer parte desse momento é prazeroso, e gostaria de dividir com todos os flamenguistas e em especial ao presidente pela oportunidade. Sabíamos que a tensão era grande e prevaleceu o merecimento para trazer essa taça para Gávea. Graças a Deus deu tudo certo – disse o técnico.
O Flamengo volta a campo na próxima quarta-feira, novamente no Maracanã, para enfrentar o Atlético-GO pelas oitavas da final da Copa do Brasil.
Confira outros temas da entrevista de Zé Ricardo:
Gol sofrido no início
– Sem dúvida, foi o pior cenário para o início. Hoje o Fluminense começou num ritmo forte e acabamos nos descuidando em uma bola parada. Sentimos e administrar não foi fácil. Mesmo com atletas experientes. Jogo ficou aberto no primeiro tempo. Mas no segundo tempo equilibramos isso, conversamos no intervalo. Sabíamos que a tensão era muito grande e prevaleceu o merecimento para a gente pudesse trazer essa taça para a Gávea. A final justa era Flamengo e Fluminense. Graças a Deus deu tudo certo.
Sentimento campeão
– Estou muito feliz. Eu nasci, cresci e fui criado ao lado do Maracanã. Frequento desde os sete anos de idade. Minha cabeça não parava de pensar durante a semana. Também tínhamos o jogo contra a Católica, que precisávamos vencer de qualquer maneira. Pouco dormi. E um dos motivos de preocupação também era o Fluminense, o Abel Braga. É uma referência. Quando a gente vê grandes finais, tem sempre um grande adversário. Tínhamos um campeão mundial dirigindo o Fluminense. Ele fez essa equipe incrível em pouco tempo. Falei com Abel antes do jogo que era um prazer dividir esse momento mágico. As emoções foram de misturando. Queríamos que a equipe mantivesse calma e equilíbrio e tentei passar isso.
Sua invencibilidade no Maracanã
– Estava lembrando de jogos desde os juniores. E não tinha perdido aqui. Pedi para que os deuses do futebol adiassem essa derrota. Porque ela vai aconteceu. Graças a Deus deu tudo certo. Não consigo descrever totalmente a alegria e a emoção que estou sentindo.
Agradecimento a Jayme de Almeida, Muricy e Zagallo
– (Jayme) É super importante na comissão técnica. Não temos nível de importância. Nos tratamos com muito respeito e carinho e quis falar. É muita gente para agradecer, fico com receio de esquecer alguém. Lógico que nossa família é o mais importante de tudo, sofrimento deles é muito grande. Mas queria fazer duas menções aqui. Primeiro ao Muricy Ramalho, que por um motivo de saúde deixou o projeto do Flamengo. Mas ele sempre me deu apoio. Falava que o Flamengo estava com a pessoa certa, na hora certa. A outra é o Zagallo. Através de um amigo, o conheci pessoalmente há pouco tempo. Também me deu palavras carinhosas. Guardei comigo. Isso nos dá força. Porque passamos por momentos difíceis.
Próximos passos
– Antes do Campeonato Brasileiro temos a Copa do Brasil, quarta-feira- contra o Atlético-MG. Vamos ter uma folga amanhã,. Terça vamos ver quem está em melhores condições. Copa do Brasil são oito jogos para você chegar em uma final. Temos desafio enorme na Argentina dia 17, contra o San Lorenzo. Outro grande objetivo do semestre é classificar nesse grupo complicado e difícil. São tarefas que a gente precisa conversar. Mas são objetivos do clube e com certeza vamos tomar a melhor decisão.
Banho de água dado pelos jogadores
– Réver disse que tinha um motivo especial, mas não posso dizer o que ele falou (risos).
Merecimento do time
– É o merecimento de um grupo que trabalha demais, que se adora. Brigam diariamente pelas posições no campo e tem um comprometimento e intimidade fundamental para fazer uma equipe desenvolver.
Importância do título neste ano de grande expectativa
– Se fosse o Zé ou outro treinador, a cobrança pelo título seria grande. Não pode o Flamengo ficar dois, três anos sem ganhar taça. Somos alimentados por vitórias. Coube a mim capitanear a parte técnica e contar com um grupo talentoso, que sabe das suas limitações também. E que está aprendendo a sofrer quando precisa.
Guerrero protagonista
– Guerrero tinha que marcar história aqui no clube. Fico feliz por ele também. Ano passado falei para o Paolo tudo que pensava, que contava com ele e que nosso time jogaria para frente. Que um grande atacante tinha que está ali, e esse atacante é o Guerrero.
Estratégias na final
– Fomos para o intervalo com avaliações do primeiro tempo. Berrío não conseguiu desempenhar como foi semana passada. Trauco foi sacrificado, esperávamos contar com Romulo. Mancuello também não se recuperou a tempo para estar conosco. Romulo sentia dores, decidimos colocar o Trauco por dentro, mexendo o mínimo possível, colocando Renê e Everton fechando setor esquerdo. O Miguel fez o que pôde, mas vi que ele não conseguia desempenhar muito a função. Tentamos mudar, e usamos a arma do Rodinei mais uma vez. E o Gabriel entrando numa sobrecarga nas costas do Lucas. Conseguimos uma ou duas vezes, mas não ficou tão claro. O Gabriel taticamente ajuda demais. É cobrado, às vezes demasiado, mas sabe que Flamengo é assim. Entrou concentrado e achou um passe por dentro para o Rodinei e conseguimos a vitória.