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Foto: Gilvan de Souza / Flamengo |
MAURO CEZAR PEREIRA: A derrota do Botafogo na noite de terça-feira, no Rio de Janeiro, significou a classificação antecipada do Barcelona de Guaiaquil duas rodadas mais cedo. A do Grêmio, em Calama, manteve o Deportes Iquique na briga e adiou a conquista de uma vaga que os tricolores já deveriam ter assegurado, pelos adversários que têm em seu grupo.
A exemplo do Palmeiras, derrotado pelo Jorge Wilstermann e que deixou sua invencibilidade na Bolívia. Na matemática, ainda não carimbou passagem ao mata-mata. Pior ainda para o Atlético Paranaense, derrotado por 3 a 0 pelo San Lorenzo numa noite em que esperava deixar a Baixada classificado. Terá que buscar o resultado em Santiago.
O Palmeiras foi brindado com um grupo acessível, afinal, a outra camisa pesada, do Peñarol, atualmente é vestida por atletas que não formam uma boa equipe. Já deveria estar assegurado na próxima etapa. Como não chegou lá, terá que jogar inteiro contra o Atlético Tucumán para não brincar com o perigo. Isso num mês que lhe reserva sete jogos.
É pouco para o elenco, o investimento, a expectativa que o cerca. Como é pouco o que faz o Grêmio, descansado pela eliminação no Gaúchão, mas incapaz de bater o Iquique. É quase impossível que não se classifique, mas a campanha errática numa chave fácil é preocupante. Como a situação do Furacão, agora obrigado a vencer no Chile.
Na rodada da Copa Libertadores, Flamengo e Atlético evitaram o completo vexame brasileiro até aqui — o Santos receberá o Independiente Santa Fé nesta quinta-feira. O Galo poupou jogadores mirando a final estadual de domingo, quando um empate com o Cruzeiro valerá o título. Foram 15 finalizações, 10 no alvo, cinco nas redes do Sport Boys.
Se o paraguaio Libertad não vencer o Godoy Cruz, nesta quinta, na Argentina, os atleticanos entrarão no Independência para a final mineira garantidos na próxima fase. Já o Flamengo de maneira alguma estará classificado na Libertadores quando voltará ao Maracanã, domingo, para decidir o Campeonato Carioca com o Fluminense.
Mas nos 3 a 1 sobre a Universidad Católica, fez uma atuação animadora. Os rubro-negros mostraram o algo mais que faltou nas derrotas para o próprio time chileno, em Santiago, e para o Atlético, no Paraná. Levou o empate e reagiu, foi buscar mais dois gols, num esforço extra simbolizado pelo último tento, marcado por Trauco, adiantado para o meio-campo.
Eram quatro laterais na cancha. Zé Ricardo foi muitíssimo bem, ousou, mostrando que experiências com as duplas Pará-Rodinei, pela direita; Renê-Trauco, na esquerda; vislumbravam situações que poderia ter pela frente. E quando as teve, arriscou sem medo. Desse errado não faltaria quem lhe colocasse o rótulo de “Professor Pardal”.
Mas nem tudo merece elogios. O Flamengo segue dependendo de enorme quantidade de finalizações para marcar. Guerrero, em que pese sua ótima fase na participação das jogadas, só foi às redes na 12ª tentativa. Ele arrematou 13 ao final, 19 nos dois jogos contra a Católica, e na Libertadores faz um tento a cada 16,5 tiros. Melhorar é preciso.
O problema do peruano não é só dele, mas do time. Cercado por jogadores que não têm na marcação de gols o ponto forte, Guerrero não se omite, tenta o tempo todo, finaliza mesmo sem as melhores condições. Mas ele e seus companheiros devem, com urgência, corrigir tal defeito, que explica as duas derrotas fora de casa no certame.
Foram essas partidas que perdeu, no Chile e em Curitiba, que impediram a antecipada classificação do time rubro-negro. Um ponto a mais e viajaria tranquilo à Argentina. Dia 17, na casa do San Lorenzo, uma derrota significará a eliminação, caso o Atlético Paranaense vença a Católica em Santiago. Improvável? Talvez. Perigoso? Certamente.
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