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Jogadores do Flamengo comemorando gol no Maracanã – Foto: Marcelo Cortes |
O GLOBO: Por Fernando Calazanas
O Flamengo bateu o recorde de público nesta temporada brasileira e também na Copa Libertadores, quarta-feira, na vitória de 3 a 1 sobre a Universidad Católica, do Chile. Onde foi o jogo? No Maracanã. Ontem de manhã, a torcida do Flamengo já tinha esgotado os ingressos a ela destinados para o jogo do próximo domingo, a final do Campeonato Carioca, contra o Fluminense. E onde será o jogo? Adivinhem.
Sim, no Maracanã, vocês adivinharam. Até porque nada disso é novidade. O Maracanã e o Flamengo formam uma das mais poderosas e brilhantes parcerias do futebol brasileiro, desde 1950. E por que não antes disso? Simplesmente porque antes disso o estádio não existia. A partir de sua inauguração, naquele ano, não houve parceria maior, no Brasil, entre um time e um estádio.
Na época, estádios de futebol ainda eram chamados de… estádios. E não eram raros, no Maracanã, jogos com público superior a 100 mil espectadores. Aí incluídos, natural e principalmente, torcedores do Flamengo. Os estádios passaram a ser chamados de “arenas”, e hoje um público de 60 mil, na noite de quarta-feira, é saudado como um extraordinário acontecimento. E é mesmo, na atual conjuntura. Algo a ser festejado.
Foi por tudo isso que escrevi aqui, outro dia, uma frase que, da mesma forma, nada deveria conter de novidade: “O Flamengo precisa do Maracanã, assim como o Maracanã precisa do Flamengo”. É coisa de bê-á-bá. Em que outro estádio do Brasil o Flamengo receberá médias maiores de público? E que outro time no Brasil pode oferecer ao Maracanã mais oportunidades de ter recorde de pagantes e presentes?
Diante desse panorama, chega ser tragicômico que as duas gestões, a do clube e a do estádio (se é que este possui uma gestão), não cheguem a um acordo, um entendimento, para dar sequência à parceria histórica que só traz benefícios aos dois. Afinal, é cômico ou é trágico?