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Romário comemorando título com a camisa do Flamengo – Foto: Sérgio Borges/Agência O Globo/Gazeta Press |
GILMAR FERREIRA: Impossível não se entusiasmar com os feitos de Cristiano Ronaldo que está muito próximo de levar o Real Madrid à histórica marca de campeão da Liga Espanhola e Champions League numa mesma temporada, algo que o clube não consegue desde 1958, há quase 60 anos, portanto.
É delicioso vê-lo jogar e é maravilhoso assistir ao “pega” entre espanhóis e catalães, futebolisticamente materializado entre um português e um argentino.
Falo evidentemente da rivalidade com Lionel Messi, ainda o artilheiro dessa edição da principal competição europeia, com onze gols, um a mais do que o CR7, que marcou oito gols nos últimos três jogos do torneio.
MAS BATE uma baita saudade dos dias em que os brasileiros eram os protagonistas dos principais capítulos do futebol mundial e até mesmo no continente sul-americano.
Fujo o tanto que posso das comparações que confrontam nossos recentes astros com estes dois “monstros” que hoje polarizam as discussões, mas vez por outra me deixo levar.
E fico a me perguntar onde chegaria Romário se o melhor jogador do Mundial de 1994 não trocasse o Barcelona pelo Flamengo no ano seguinte.
Ou qual seria o tamanho de Ronaldo, o fenômeno, se os joelhos não lhe tirassem a condição de seguir competindo em alto nível
VIVEMOS UM MOMENTO tão particular que nem mesmo por aqui, em nosso quintal, são os nossos jogadores os protagonistas.
E podemos tomar como exemplo a partida que o Flamengo faz na noite desta quarta-feira, no Maracanã, contra o Universidad Católica, do Chile, pela quinta rodada da fase de grupos da Libertadores.
O time precisa vencer para, praticamente, confirmar a classificação à próxima fase e as esperanças estão no peruano Guerrero.
Ou será no argentino Mancuello?
Ou no colombiano Berrío?
Ou, quem sabe, talvez, no também peruano Trauco?
É triste, mas é realidade: são raros, até mesmo por aqui, os protagonistas brasileiros…
E NÃO PENSEM que é exclusividade rubro-negra.
O foco no Palmeiras está no colombiano Borja e no venezuelano Guerra, e no Grêmio recai sobre o argentino Barrios e o equatoriano Bolaños.
Isso sem falar nos argentinos Lucas Pratto no São Paulo e Ramon Ábila no Cruzeiro, onde o toque diferenciado tem saído dos pés do uruguaio Arrascaeta.
Entre as principais marcas, as exceções talvez sejam o Santos, de Lucas Lima e Ricardo Oliveira, e o Atlético-MG, de Fred e Robinho.
É, talvez…