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Gustavo Cuéllar, camisa 26 do Flamengo – Foto: Gilvan de Souza |
BOTECO DO FLA: Sorín
Mais uma boa apresentação. Concreto, gramado, tubulações que o Botafogo não sabia que precisava, cadeiras, iluminação, e tudo o mais que constrói a parte física de um estádio ficou pronto com certa demora. Já a parte intangível e não palpável… Ou melhor seria dizer… Não Excelmente Planilhável… O time e a torcida vão sabendo tocar essa obra em regime de urgência, dada a necessidade disso, diante das nove entre dez apresentações não lá muito convincentes do início de Brasileirão.
E foi com mais uma noite de bom futebol e empatia entre time e torcida que o serviço foi feito na noite dessa quarta. Já dá até pra botar uma placa que seja visível para o time visitante na vibe do “Estamos há x dias sem acidentes de trabalho” (Ih… Não é que saporra é uma boa ideia? Até parei a redação do texto e fui lá no Twitter dar um spoiler e uma sugestão para o Orlean).
Até as “Ameaças Tecladais”, que previam uma não muito construtiva perseguição ao Saraújo com vaias desde antes da bola rolar acabou, felizmente, se limitando mesmo aos revolucionários virtuais. Soube que rolaram algumas ofensas de uma meia dúzia no desembarque do time (contra Márcio Araújo, Vaz, Muralha e Zé Ricardo) e uma ou outra tentativa isolada de torcer contra em setores espalhados da arquibancada. Inclusive vi gente mimimizando no Twitter porque teve sua torcida pró-Santos reprimida e abafada por vozes de maior bom senso.
Em campo a gente viu o Flamengo que se espera. Brilhante? Avassalador? Imbatível? Nem de longe. Mas dedicado e honrando o Manto, o que por si só já deixa a gente todo bobo aqui do outro lado. A grande verdade é que a esmagadora maioria da Nação quer respeito e um time que jogue bola, sabendo que o resto é conseqüência.
Uma noite colombiana na Ilha, com boas atuações de Cuéllar e Berrío. Um atazanando a defesa santista de tudo quanto foi jeito e parando nas mãos do competente e inspirado Vanderlei (poupando você… Não rola escalar o cara no Cartola esse final de semana. O jogo é contra o Atlético-GO e ele vai ser menos exigido que o Thiago na noite de ontem), o outro cumprindo mais uma vez bem suas funções na meiúca e, de brinde, marcando um golaço que facilita e muito as coisas no jogo da volta… Eh… Contanto que a gente não caia no erro de ir pra Vila pensando mais em manutenção da vantagem que em jogar bola.
Uma pena que o Levir Culpi não tenha assistido ao jogo. Em entrevista chorosa proferiu: “Não houve predomínio de ninguém”; “O Flamengo não conseguiu pressionar”; “Foram dois gols de fora da área” (mudaram a regra do futebol e eu nem sabia que agora era Golzinho Dentro da Área que nem a gente brincava quando era criança). De qualquer forma, o comandante do Peixe se une com Bruno Henrique e Renato, que proferiram durante a semana os motivos pelos quais o Santos estava confiante em um bom resultado, passando pelo ZR e Nossa Torcida como fatores que iriam favorecer a equipe do litoral paulista. Ah… Para que conste nos autos… Foram SETE chances reais de gol pro nosso lado e nenhuma pra eles.
Vale comemorar a autossuficiência (o novo acordo ortográfico deixou umas palavras meio esquisitas. Sim, tive que dar um Google nessa aqui) da Nação. Não precisamos mais de torcedores adversários em derrotas e vitórias. Nas redes sociais e grupos de whatsapp a tônica após os jogos é uma pá de rubro-negros do lado de cá e um monte do lado de lá. Daí cada grupo fica jogando na cara do outro as suas Verdades Absolutas e Eternas, comprovadas cientificamente e de forma irrefutável pelo acontecido nos últimos 90 minutos. Lamentável.
Agora é pensar no São Paulo… E por que não? Também no Glorioso que enfrenta o Corinthians no Itaquerão e no Alviverde Imponente, que encara o Grêmio em Sampa. Que rufem os atabaques. Bora torcer.
Isso aqui é Flamengo.