No
último domingo, a maioria dos brasileiros foram às urnas para decidir o novo
presidente do país. Logo após meses de expectativa, se confirmou o que as
pesquisas já apontavam: a vitória de Jair Bolsonaro. Mas, e agora? O candidato
que se fortaleceu através da necessidade de segurança, saúde e responsabilidade
fiscal, pouco falou sobre esporte no seu projeto de governança. Por isso, surge
a dúvida sobre o que se esperar do tema no governo federal.
Recentemente,
em entrevista ao Lance!, Gustavo Bebbiano, presidente do PSL, partido de Jair
Bolsonaro, reiterou que o esporte não vai ser prioridade do novo governo. Pelo
contrário, o político afirmou que o Brasil precisa arrumar formas de cobrir o
déficit de R$ 140 bilhões e que isso só se faz com prioridades. Portanto,
declarou que as prevalências do presidente eleito serão setores de “segurança
pública, saúde e educação básica”. Além disso, revelou que os patrocínios de
estatais ao esporte serão muito criteriosos a partir de agora.
![]() |
Foto: Divulgação |
Atualmente,
a Caixa Econômica Federal é a principal incentivadora do futebol carioca. Até o
momento, a patrocinadora de Flamengo, Botafogo e Fluminense, investiu cerca de
R$ 44 milhões só nesta temporada. Por isso, o clima de incerteza sobre o
investimento do banco nos próximos anos cresceu. Vale lembrar, desde 2002, a
verba de empresas federais foram a salvação para os clubes do Rio. Por isso, o
Esporte 24 Horas, preparou um levantamento sobre a relação das equipes cariocas
com as estatais. Confira.
Flamengo, o maior beneficiado
O
relacionamento entre o Flamengo e as estatais sempre foi muito próximo. Desde
1984, o Rubro-Negro alimenta sua saúde financeira com verbas federais.
Primeiro, com o patrocínio da Petrobrás, que durou 25 anos. Posteriormente, com
a Caixa Econômica, atual patrocinadora master. Por isso, o interesse sobre a
questão é muito grande no Fla.
Desde
que Lula assumiu a presidência, em 2003, o Flamengo faturou cerca de R$ 175
milhões com contratos federais. Porém, principalmente na era da Petrobrás, o
clube teve dificuldades de receber o dinheiro do patrocínio por conta das
dívidas que tinha com o governo federal. Logo após, reorganizar suas finanças
na gestão Bandeira de Mello, o Rubro-Negro voltou a estabelecer vínculos com
estatais: Caixa Econômica Federal. Embora surja a incerteza, a tendência é que
o relacionamento entre o Fla e o banco prossiga nos próximos anos.
Vasco, patrocínios polêmicos
Assim
como seu rival, Vasco também se beneficiou muito dos contratos com estatais.
Por exemplo, de 2009 a 2017, o clube recebeu cerca de R$ 104 milhões. Por isso,
a questão tem muita relevância em São Januário. Embora, em 2018, tenha tido
dificuldades para renovar seu vínculo com a Caixa. Nos últimos anos, as
empresas federais foram o grande suspiro nas finanças vascaínas.
Em
2009, logo após Roberto Dinamite assumir a administração, Vasco firmou uma
parceira de quatro anos com a Eletrobrás. Além da dificuldade mensal em receber
o dinheiro, por conta das ausências das Certidões Negativas de Débito, o
patrocínio gerou polêmica no viés judicial. Intrigado pela falta de prestação
de contas, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação sobre o
caso. O processo ainda não teve um desfecho. Mas, o vínculo sim, em 2013.
Por
isso, no ano seguinte, Vasco foi ao mercado e conseguiu um contrato com Caixa
Econômica Federal. Com a condição de renovação anual, o clube viu os valores
oscilarem ao longo dos anos. Principalmente, por conta das campanhas
irregulares do Cruzmaltino no Brasileirão. Portanto, em 2018, a diretoria
vascaína quis uma valor maior do que a estatal estava disposta a pagar e as
negociações chegaram ao fim.
Botafogo, mais polêmica
Ao
longo dos anos, Botafogo se beneficiou mais de patrocínios privados do que de
estatais. Mas, com a crise no mercado investidor, o clube aproveitou a onda da
Caixa Econômica. Por isso, em 2016, o Alvinegro e o banco firmaram uma parceria
que já rendeu cerca R$ 21,4 milhões. Por outro lado, as autoridades fiscais
ficaram desconfiadas do acerto.
Em
auditoria, a Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que o investimento da
Caixa no futebol não apresentava devida clareza e transparência de objetivo.
Principalmente, pela incapacidade de medir o retorno financeiro que os clubes
geraram aos cofres bancários. A iniciativa surgiu após o Botafogo e a estatal
firmar o patrocínio. Ainda assim, até o momento, o Alvinegro tem sua vida
financeira muito necessitada desse investimento. Portanto, o futuro da questão
mexe com a administração.
Fluminense, engatinhando
Diferentemente
dos seus rivais, Fluminense não tinha o costume de se relacionar com estatais.
Mas, logo após a saída da Unimed, a questão mudou. Precisando oxigenar as
finanças, o clube buscou na Caixa Econômica seu tão sonhado respiro. Embora ainda
que curta, as partes firmaram uma parceira valiosa para essa temporada.
Os R$
9 milhões recebidos pelo Flu, em 2018, o ajudou no alívio de algumas
necessidades emergências. Tanto o clube quanto o banco já ensaiavam um acordo
desde 2016. Mas, na oportunidade ficou definido apenas um patrocínio pontual
para seis jogos. Com isso, o Fluminense arrecadou 1 milhões de reais. Embora
ainda esteja engatinhando na sua relação com empresas federais, a questão atrai
muita atenção nos bastidores.
Diante
da necessidade e da estreita relação, a questão do investimento federal nos
clubes cariocas atraem muita atenção em todas as diretorias. Portanto, os
próximos passos de Jair Bolsonaro no esporte será muito bem acompanhados pelos
rubro-negros, vascaínos, botafoguenses e tricolores. Até porque não é qualquer
parceira que injeta quase R$ 310 milhões nas equipes do Rio de Janeiro.
Postar um comentário