GLOBO
ESPORTE: Flamengo, Milan e casamento. O “sim” em cerimônia matrimonial na noite
de segunda-feira foi apenas o primeiro ato de uma semana que define rumos no
trevo que fundiu a cabeça e afetou os pés de Lucas Paquetá nos últimos 50 dias.
Domingo, o adeus ao Rubro-Negro carioca e, enfim, foco somente no futuro
italiano.
Chamado
de “até breve” pelo próprio jogador, o capítulo final de sua história de 12
anos no Flamengo está marcado para domingo, às 17h (de Brasília), no Maracanã,
contra o Atlético-PR. Despedida sem muita festa para um jovem que teve
dificuldade de lidar com a avalanche que tomou conta de sua vida desde a noite
de 10 de outubro.
A
venda ao Milan por 35 milhões de euros gerou discussão entre os torcedores,
inquérito dentro do clube e retraiu o “dançarino” artilheiro do Flamengo no ano
com 12 gols (em jogos oficiais, empatado com Dourado). Houve questionamentos
tanto pelo valor, quanto pela época do ano e, principalmente, pelo
parcelamento.
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Foto: Reprodução |
Em
campo, porém, a queda de rendimento é comprovada: sete jogos, um gol, quatro
cartões amarelos, um vermelho, e a reserva diante do Cruzeiro. Episódios
marcantes neste período frustraram a torcida e afetaram Paquetá.
Após o
gol perdido no empate com o Palmeiras, a reação foi de abatimento no vestiário
do Maracanã. Já na Ilha do Retiro, após a expulsão contra o Sport, havia
preocupação com a reação da equipe, que ainda lutava pelo título nacional.
Na
ocasião, Paquetá não se privou de encarar os microfones:
- Foi
um lance onde tive que voltar para marcar e acabei indo um pouco forte.
Prejudiquei a equipe. Fico um pouco triste, mas muito feliz pelo objetivo, que
eram os três pontos.
O peso
da transação foi maior do que o de protagonista no período em que Paquetá
comandou o Flamengo à liderança do Brasileirão e chegou à seleção de Tite. Se a
proximidade da ida para a Espanha aflorou o talento de Vinicius Júnior, o
efeito foi reverso com o camisa 11.
Mesmo
no dia a dia do clube, Lucas passou a ser mais reservado do que de costume,
economizou sorrisos e transpareceu um misto de preocupação e ansiedade com o
futuro que o espera. Os pertences serão recolhidos no Ninho do Urubu no próximo
sábado, último treino na casa que o abrigou por uma década. A cabeça já viaja
faz tempo.
O
casamento com Maria Eduarda Fournier foi “apenas” o mais importante dos
compromissos de um Paquetá que já estrutura a vida para Itália. Com passaporte
português, não tem necessidade de visto de trabalho, mas o matrimônio facilita
a missão para que tenha a companhia da amada.
Neste
período, o meia-atacante passou a se familiarizar também com o idioma do novo
clube e tem feito aulas de italiano. A lua de mel, prevista para Grécia, deve
ficar para o fim da temporada europeia.
A
preocupação é de que Paquetá tenha adaptação acelerada na Itália e não está
descartada a possibilidade de integrar o elenco antes mesmo que esteja à
disposição de Gattuso, ainda em dezembro. A oficialização como jogador
milanista só acontecerá após 3 de janeiro, data de abertura da janela.
Os
últimos brasileiros bem sucedidos no Rossonero tiveram tempo de sobra para
reconhecimento de terreno: Alexandre Pato e Thiago Silva treinaram meses com o
grupo até serem regularizados.
Enquanto
aguarda a ordem de chamada do novo clube, Paquetá e seus familiares buscam
informações sobre o dia a dia em Milão. Condomínios próximos ao San Siro, onde
moraram Júlio César, Robinho, entre outros, dividem as atenções com casas mais
reservadas na região do CT de Milanello.
Decisões
que serão tomadas em breve. Já depois do “sim” à Duda e do adeus, ou até breve,
ao Flamengo. Com a cabeça toda voltada para Itália.
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