RENATO MAURÍCIO PRADO: A imprensa noticia que o Corinthians quer Diego Tardelli e o Flamengo sonha com o retorno de Vagner Love. Um tem 33 anos (fará 34 em maio) e o outro, 34 (fará 35 em junho). Ambos jogam em centros desimportantes do futebol: Tardelli na China, Love na Turquia. Nenhum dos dois atravessa boa fase. Valerão os altos salários que, certamente, receberão por aqui?
No ápice da juventude e da forma física, nem Diego nem Vágner chegaram a ser craques. Bons jogadores, sim. Ótimos até, em seus melhores momentos. Seja como for, se voltarem a brilhar por aqui, só o farão devido à mediocridade que campeia por nossos gramados. Em condições normais, nenhum deles valeria alto investimento e salários milionários.
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Foto: Divulgação |
Prioridade discutível
Apesar de Dourado ser uma decepção gigantesca, Uribe, ao menos até agora, não empolgar e o jovem Lincoln ainda não ter se firmado, não vejo a posição de centroavante como prioridade para reforçar o elenco do Flamengo. Se vier Gabigol, tudo bem, esse seria um reforço. Mas Love? Pouco fará se a bola continuar a não chegar na área, como aconteceu a temporada inteira de 2018.
Por isso, antes de buscar um novo camisa 9, o Fla deveria priorizar, por exemplo, a contratação de bons laterais, que pudessem ser mais eficientes no apoio ao ataque do que foram (e sempre serão) Renê, Trauco, Pará e Rodinei. O inesquecível timaço de 81 consagrou um centroavante raçudo, mas tecnicamente limitado (Nunes) porque a bola lhe chegava açucarada, vinda dos pés de Zico e Adílio, mas também das laterais, onde brilhavam dois foras-de-série: Leandro e Júnior.
Antes de um centroavante, o rubro-negro precisa também de um ótimo zagueiro de área (ainda mais depois da saída de Réver) e de um meio-campo talentoso e de bom fôlego, para dividir as tarefas ofensivas com Diego e as defensivas com Cuellar e Arão, como fazia Lucas Paquetá.
No mais, é deixar Abel montar uma boa pré-temporada (o Estadual só deve ser encarado como tal), porque a meta é a Libertadores e a fase de grupos já será pedreira, com os dois jogos no alto da montanha, em Quito e Oruro.