GOAL: Por Bruno Guedes
O presidente recém-eleito no Flamengo Rodolfo Landim acenou durante a semana com a possibilidade de indicar a ex-mandatária do clube Patrícia Amorim para a vice-presidência de Esportes Olímpicos. Após uma grande repercussão negativa junto à torcida, houve um recuo sobre o assunto. Nem deveria ter existido tal possibilidade.
É inegável o valor da ex-nadadora do Flamengo. Sua dedicação nas piscinas inspirou diversos talentos e, de fato, deixou um legado para futuras gerações. Isso nunca será apagado. Por ninguém. Ponto. Porém, trazê-la de volta ao clube é não só contraditório, como ir contra a torcida que durante anos apoiou e sofreu com a reestruturação.
![]() |
Foto: Divulgação |
A extinta Chapa Azul, que deu origem à reformulação do Rubro-Negro, tinha como principal bandeira (sem trocadilhos) uma recuperação financeira fortíssima. Assim que assumiu, em 2013, uma auditoria contratada por meio da Ernst & Young concluiu um rombo de R$ 750,7 milhões. Destes, R$ 86,7 milhões foram do período da gestão Patricia Amorim. Quase 12% da dívida total!!!
À época, um dos que divulgaram em coletiva os números, era o então pelo vice-presidente de marketing, Luiz Eduardo Baptista, o BAP, que agora fará parte do conselho do Flamengo. Para reorganizar as finanças e conseguir cumprir com contratos, a gestão passou a ter times bem menos competitivos e de baixíssimos valores. O que não só foi explicado para a torcida, como acolhido por ela para que o clube voltasse à sua grandeza de sempre.
Dizia-se nas redes sociais: sofrer agora para comemorar depois. Trazer a ex-presidente neste momento é jogar toda a paciência da torcida e tal discurso no lixo. É como um sinal de recuo frente às conquistas fora de campo que foram vitais para a volta de um Flamengo onde todos querem jogar.
Além disso, foi sob sua gestão que o futuro vice-presidente de futebol, Marcos Braz, foi demitido em abril de 2010 sob o argumento de que “algumas coisas no departamento de futebol ficaram insustentáveis”. Sem falar em episódios que ferem até mesmo a vice-presidência desejada pela próxima diretoria, como problemas na piscina que elevaram a conta da água para R$ 500 mil por mês e salários atrasados de diversas modalidades.
Não se trata da pessoa Patrícia Amorim, a mulher que ninguém discute a sua enorme paixão e dedicação ao Flamengo. Mas sim a sua gestão. E nesse caso, ela não é mais compatível com o atual Rubro-Negro que ressurgiu nos últimos anos.