GLOBO ESPORTE: Diante das possibilidades desenhadas, não foi o pior chaveamento para o Flamengo. Mesmo assim, o Grupo D não trouxe vida fácil na Copa Libertadores de 2019. A chave do Rubro-Negro tem Peñarol (Uruguai), LDU (Equador) e um rival boliviano a ser confirmado – San Jose ou Royal Pari.
Abaixo, veja uma análise do que espera do Flamengo:
Tradição pesada, ano ruim internacionalmente
Pela frente, o Flamengo terá um time de imensa tradição no continente. O Peñarol é pentacampeão da Libertadores. Inclusive, eliminou a equipe carioca na edição de 1982, mas perdeu o confronto na Mercosul de 1999. Tenta voltar aos seus melhores momentos no torneio internacional. No ano passado, amargou uma eliminação na primeira fase da Libertadores.
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Foto: Divulgação |
Também herdou vaga na Sul-Americana e, novamente, não fez bonito. No confronto da segunda fase diante do Athletico-PR, perdeu por 2 a 0 em Curitiba. Para piorar, sofreu uma derrota por 4 a 1 em seu estádio no jogo de volta.
No âmbito nacional, o Peñarol fez bem mais. Foi campeão uruguaio na temporada e teve cinco jogadores entre os melhores do torneio. Na defesa, destaque para o goleiro Dawson e o zagueiro Formiliano. No setor ofensivo, o elenco tem veteranos de peso e conhecidos no futebol sul-americano: os argentinos Maxi Rodríguez e Viatri e o uruguaio Cebolla Rodríguez (ex-Grêmio).
Estádio e logística
Em termos de desgaste pela viagem, o Flamengo não enfrentará problemas neste confronto. Há diariamente voos diretos do Rio até Montevidéu.
O Peñarol também tem um estádio razoavelmente novo. Inaugurado oficialmente há dois anos, o Campeón del Siglo tem capacidade para 40 mil torcedores. Apesar de moderno, preservou raízes do clube. Não há assentos em praticamente 90% da arquibancada. O palco fica a cerca de 20km do centro de Montevidéu.
Um duelo contra altitude
Uma LDU tentando voltar aos seus dias de glória no cenário internacional. Campeã da Libertadores em 2008 ao derrotar o Fluminense na final, a equipe participou pela última vez da competição em 2016, quando foi eliminada na primeira fase. Em 2018, a equipe de Quito voltou a conquistar o título equatoriano depois de oito anos de jejum.
O time tem dois pilares importantes atualmente. O goleiro Gabbarini, considerado peça fundamental no retorno da LDU ao torneio continental, e principalmente o goleador Juan Luis Anangonó. Ele substituiu Hernán Barcos, que se transferiu para o Cruzeiro.
Anangonó marcou dois gols diante do Vasco no duelo entre as equipes pela Sul-Americana deste ano.
Altitude é o maior desafio
Mais do que qualquer pressão da torcida, jogar no estádio Casa Blanca é complicado principalmente por causa da altitude. E a LDU historicamente sabe tirar proveito do fato de conhecer e estar acostumada a jogar a 2850 metros acima do nível do mar. O Casa Blanca tem capacidade para 42 mil pessoas.
E pode pintar mais altitude
O terceiro rival do Flamengo na fase de grupos será o campeão do Campeonato Boliviano, que acaba esta semana. Na quarta-feira, o líder San Jose recebe o vice-líder Royal Pari, em Oruro.
O San Jose tem três pontos de vantagem. Caso o Royal vença, será forçado um jogo extra para definir o campeão. Se quiser fugir de mais um duelo na altitude, o Rubro-Negro deve torcer para o Royal Pari, que joga em Santa Cruz de La Sierra – cidade que está no nível do mar. Casa do San Jose, a cidade de Oruro fica a 3700 metros acima do nível do mar.