ESPORTE 24 HORAS: O pontapé na temporada de 2019 foi dado no Flamengo. Nesta quarta-feira, Abel Braga foi apresentado como o novo treinador do clube. A entrevista coletiva, aliás, foi reveladora. Embora tenha repetido muitas vezes para a imprensa “Vocês não vão pegar”, Abel fez declarações reveladoras sobre o futuro da equipe. Por isso, Esporte 24 Horas escolheu cinco desafios que o comandante rubro-negro vai precisar superar em sua passagem pelo Fla.
Identidade rubro-negra
Primeiro, Abel Braga vai precisar embutir no elenco o famoso “DNA Rubro-negro”. Nas últimos, os jogadores foram muito criticados pela passividade diante das derrotas. Aliás, muitos atletas ficaram com o estereótipo de acomodados. Por isso, o treinador fez questão de exaltar a força da torcida do Flamengo. Além de garantir que vai levar esse clima e exigência para dentro do vestiário. Portanto, desde o primeiro minutos, o técnico já cobra o grupo por maior identificação com a instituição.
“Acreditamos que precisamos de ter um pouco mais de identidade. Isso vi de fora. O torcedor está vendo. Não é normal um clube botar 60 mil pessoas naquela última rodada. Mentalidade de clube europeu”, afirmou Abel.
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Abel Braga, treinador do Flamengo – Foto: Alexandre Vidal |
Aproveitamento da base
Outra mentalidade que Abel Braga busca adotar no Flamengo é de oportunizar os jovens da base. Atualmente, o clube é um dos principais formadores do país. No último ano, por exemplo, Vinícius Junior, Lucas Paquetá, Léo Duarte e César tiveram papel fundamental na equipe. Atualmente, os cariocas contam com uma grande estrutura e uma metodologia que vem dando certo. Por isso, o treinador já deixou claro que vai aproveitar a base já nos seus primeiros dias de trabalho.
“Com certeza, alguns jovens irão conosco para o Estados Unidos. Lá vamos montar uma estratégia para o ano inteiro. Vamos fazer uma espécie de jogos treinos. É muito bom trabalhar com os meninos. Eles carregam o DNA do clube e sabem o peso da camisa”, garantiu Abel.
Manutenção do elenco
Conhecer o que é o Flamengo é característica primordial na montagem do elenco. Tanto que o clube está buscando manter peças que já são referências dentro do grupo. Por exemplo, Diego Ribas, Trauco e Diego Alves. O trio tem total aprovação do treinador. No entanto, cada um tem o seu caso em especial a ser resolvido.
Enquanto Diego Alves ainda alinha sua permanência junto à nova diretoria, o lateral tem proposta e já manifestou seu desejo de sair. Apesar de revelar seus planos para o peruano, Abel Braga deixou livre o caminho para saída do atleta. Por outro lado, Diego Ribas é uma questão que tem movimentado os bastidores. Em meio ao imbróglio sobre a renovação, o meia é tido como peça importante na próxima temporada. Mas a dificuldade de fechar um acordo preocupa. Em entrevista, o treinador exaltou o poder do camisa 10 de unir o grupo.
“Diego tem contrato até o meio do ano e depois fica livre. Já conversamos com ele e estamos tentando chegar a um acordo. É um jogador que se identificou muito com o clube. Se o Fla tem um bom clima no vestiário, se dá exclusivamente por ele”, declarou o treinador.
Resistência do mercado
Mesmo que queira manter a base, Abel Braga reconhece a necessidade de reforços. Neste momento, Flamengo tem negociações em andamento com Dedê, Bruno Henrique, Gabigol, Maicon, Dodô e Rafinha. No entanto, o clube tem enfrentado muita dificuldade em contratar. O principal fator é a resistência do mercado em liberar jogadores ao clube. Visto como uma potencial dentro do cenário brasileiro, o poder de negociação do Fla tem ficado restrito a valores altíssimos. Por isso, o treinador juntos com o comitê de futebol vai precisar buscar soluções para ultrapassar a questão.
“A gente está trabalhando. Tudo é muito difícil a nível Flamengo. Pois tudo se triplica. Então, temos que negociar. O torcedor pode ter certeza que vai chegar jogadores. Estamos trabalhando muito. Precisamos ter um pouco mais de identidade”, revelou Abel Braga.
Estilo de jogo
Além de buscar identidade, Abel Braga vai precisar estabelecer um estilo de jogo que funcione. Sob o comando de Dorival, Flamengo jogava no esquema de 4-2-3-1 e com uma posse de bola mais agressiva. O modelo deu certo. Mas não suficiente para manter o técnico no cargo. Em entrevista, o novo treinador rubro-negro já avisou que vai querer jogar com três atacantes.
“Na minha maneira é 4-3-3. Na atual é 4-1-4-1. No final é igual: 11 jogadores em campo. Minha ideia é ser assim aqui, três atacantes. Meu modelo de jogo é e sempre foi esse. Basta ter as peças”, concluiu Abel.