EXTRA
GLOBO: Bem antes do incêndio desta sexta-feira, que gerou a morte de dez
jogadores, as condições estruturais das categorias de base do Flamengo se
tornaram tema de uma disputa judicial com o Ministério Público do Rio de
Janeiro desde 2015. Uma ação civil pública que ainda está em tramitação foi
aberta para que o clube pudesse melhorar a situação dos jovens jogadores que
precisam morar no Ninho do Urubu.
Na
petição inicial, a Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude chegou a
citar que as condições oferecidas aos meninos rubro-negros "são inferiores
até mesmo àquelas ofertadas aos adolescentes em conflito com a lei que cumprem
medida socioeducativa em unidade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas
(Degase)".
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CT do Flamengo após incêndio - Foto: Divulgação |
Na
ocasião, os garotos do Ninho estavam alojados em um contêiner. O relato dava
conta de que 27 adolescentes estavam instalados, utilizando três banheiros. Ou
seja, era um banheiro para nove jogadores.
O
Ministério Público atacou outros pontos ligados à área social. Citou que na
época o Flamengo não tinha educadores ou monitores. O MP ainda apontou que
vários jogadores estavam no local sem autorização dos pais e sem comprovante de
matrícula escolar.
Dentro
desse quadro, encontravam-se nomes que "vingaram", como o atacante
Felipe Vizeu e o volante Ronaldo. Vizeu, vendido à Udinese e atualmente
emprestado ao Grêmio, é um dos dois adolescentes com "alto índice de
faltas e rendimento escolar insuficiente, no sentido de apresentarem notas zero
em algumas matérias", citou o MP.
Sobre
o imóvel disponível para a base, uma visita técnica notou que a realização das
obras na época não fora a contento, já que permaneciam infiltrações no teto.
A ação
ainda está correndo na 1ª Vara da Infância da Juventude. Há uma audiência de
conciliação, instrução e julgamento marcada para o dia 7 de maio deste ano.
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