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DO MAURO CEZAR PEREIRA: Uma declaração, curiosa, e estarrecedora ao mesmo
tempo, foi dada por Abel Braga após a vitória por 3 a 1 sobre o Boavista, na
última terça-feira. Perguntado sobre a possibilidade de jogar com apenas um
volante (Cuellar), o treinador disse não gostar de "time de índio".
Era uma referência às equipes que atacam sem muitas preocupações defensivas.
Muitos
times ganharam títulos importantes recentemente atuando com um volante apenas.
São os casos do campeão inglês, Manchester City (Fernandinho), e do tricampeão
europeu, Real Madrid (Casemiro). O próprio Flamengo tinha apenas o colombiano
na função em seu melhor momento do campeonato brasileiro passado, quando virou
líder, inclusive.
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Foto: Alexandre Vidal |
Durante
a semana, Abel treinou o time com um volante, mas deve escalar a dupla
Cuellar-Willian Arão neste domingo contra a Cabofriense, no Maracanã.
Curiosamente o time terminou, bem, a partida de quarta-feira com um
cabeça-de-área apenas, após as saídas de Jean Lucas, Dourado e Vitinho para as
entradas de Éverton Ribeiro, Uribe e Bruno Henrique.
Claro
que o jogo estava ganho, a classificação na Taça Guanabara assegurada, ou seja,
um cenário favorável. Mas isso não significa que uma equipe não possa ser
competitiva atuando com apenas um volante, um cão-de-guarda à frente da defesa.
Os exemplos que derrubam essa (velha) tese são inúmeros. E o próprio Flamengo
atuava assim há meses.
Obviamente
é possível jogar bem com um, dois ou até três volantes, e a maneira como a
equipe atuará vai depender de características dos atletas e da proposta. Mas
vincular a presença de um volante a algo que poderia ser definido como
irresponsabilidade tática, com ataque maciço sem preocupações defensivas, não
faz sentido algum em 2019.
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