LANCE:
Fabio Chiorino e Rodrigo Borges
Abel
Braga pediu o chapéu e se despediu do Flamengo. Não suportou a pressão e
cobrança por um desempenho em campo condizente com o elenco que tinha em mãos.
Muitas críticas faziam sentido, afinal, o treinador tinha em mãos matéria-prima
suficiente. Tempo? É relativo. Foram apenas 32 jogos e o aproveitamento de 68%
pode indicar que havia um caminho trilhado. Porém, as dúvidas em relação ao
time titular e a dificuldade em montar um esquema defensivo confiável pesaram
contra. Abel Braga é um profissional sério e sua saída deve ser encarada de
forma natural, sem exageros e vitimização.
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Foto: Divulgação |
Existe,
entretanto, uma questão que merece mais atenção. Há menos de dois anos, Abel
perdeu seu filho de apenas 18 anos em um acidente doméstico. Ontem, o
presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, afirmou que o treinador se demitiu após
conversas com familiares e que o desgaste era muito alto. Abel respondeu que se
sentia traído pela diretoria, que, segundo ele, tinha convidado o técnico
português Jorge Jesus para substituí-lo. Ricardo Gomes, Muricy Ramalho e Cuca
são exemplos do que o futebol é capaz de provocar em momentos de tensão. Abel
Braga viveu um drama que jamais será apagado de sua memória e, apesar de ter
colocado a sua profissão como válvula de escape, o ser humano tem o seu limite.
Sair do Flamengo indica que Abel percebeu que chegou ao seu.
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