UOL: O técnico do Botafogo, Paulo Autuori, criticou duramente a Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) e o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por terem decidido pela volta do Campeonato Carioca antes dos demais estaduais.
Em entrevista ao jornal “O Globo”, Autuori disse que chegou a pedir demissão por não concordar com a retomada da competição, mas reconsiderou sua decisão para não prejudicar o time. Além disso, na sua visão, o campeonato é “carta marcada”.
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Foto: Divulgação |
Durante uma das reuniões do Conselho Arbitral da Ferj para a discussão da retomada do Estadual, Nelson Mufarrej, presidente do Alvinegro, havia citado a possibilidade de a comissão técnica pedir para sair caso uma volta ainda em junho fosse confirmada.
“Eu pedi pra sair. Ontem [quarta-feira, 24] é que decidi que não ia mais, porque me convenceram que podia prejudicar o Botafogo. O que ele falou foi a verdade. Apenas senti o quão difícil poderia ser para eles e eu tive que me sacrificar para não prejudicar. Mas meu objetivo era não dar continuidade. Dizer: não quero participar disso”, declarou o treinador.
Autuori disse que seu desejo era não participar da continuidade do Carioca, pois, segundo ele, o que está acontecendo é um “bandalheira”.
“Isso é uma bandalheira que está acontecendo. A federação chamou os clubes pra tomar decisão deixando Botafogo e Fluminense de lado, convocando reunião na calada da noite, às escondidas. Eu acho que esse campeonato é carta marcada”, afirmou.
Questionado sobre em que sentido o Carioca seria carta marcada, o treinador deu a entender que as decisões tomadas pela Ferj e pelo STJD estariam prejudicando o Botafogo.
“O que te leva a marcar jogo às 11h da manhã com os times voltando de 90 dias [parados]? Eu quero colocar essa questão. Por que o jogo do Botafogo foi marcado para as 11h da manhã?”, disse.
O Botafogo volta a campo no próximo do domingo (28), às 11h, contra a Cabofriense pelo Campeonato Carioca.
O clube de General Severiano, ao lado do Fluminense, foi contra um retorno imediato do futebol. De acordo com as datas inicialmente estipuladas pela Ferj, os respectivos times voltariam a campo no último dia 22, poucos dias após os elencos retornarem às atividades presenciais.
Os dois clubes, então, foram ao Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) pedindo um período de treino e que voltassem a atuar apenas em julho. Com o pleito negado, acionaram o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que buscou uma intermediação entre os filiados à Ferj.
Não houve sucesso em um primeiro momento, mas, antes mesmo de uma decisão, um decreto municipal suspendeu o Carioca. Diante de todo o impasse, a Ferj remarcou as datas dos jogos e, pouco depois, o STJD divulgou a decisão, deferindo em parte os pedidos e adiando os compromissos marcados.