UOL: Na última semana o vice-presidente de relações exteriores do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, apareceu dando declarações a respeito do ex-técnico Abel Braga e também do atual treinador do clube, Jorge Jesus. Mas, enquanto ele havia sido o responsável pela contratação de Abel, a chegada do técnico português ao clube foi possível por uma negociação de outro dirigente de outra ala política do clube, o vice de futebol Marcos Braz.
O jornalista Mauro Cezar Pereira explica a divisão nas alas políticas do Flamengo e a responsabilidade que Braz teve não apenas para que o clube pudesse contar com Jesus, mas também nas negociações pela permanência de Gabigol e pela chegada do lateral Filipe Luís.
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Foto: Alexandre Vidal |
“O próprio Jesus falou numa coletiva no ano passado, que foi o Marcos Braz que foi buscar. Lembrando que o Marcos Braz, isso aqui não é defesa do Braz, nem do Bap, nem ataque a nenhum deles, é só tentando situar. O Marcos Braz não faz parte do grupo de Landim, de Bap, de Gustavo Oliveira, não faz parte. Ele é de outra ala política do clube e ele é o vice-presidente de futebol porque o governo do Landim é um governo de coalizão, vários grupos políticos do clube o apoiaram na campanha”, explica Mauro Cezar.
O jornalista explica que a postura de Braz nas negociações foi essencial para que o Flamengo pudesse fechar algumas contratações, como a de Filipe Luís, que deixou o Atlético de Madrid após a Copa América no ano passado, e a permanência de Gabigol, comprado da Inter de Milão depois de ter ficado um período sem contrato enquanto aguardava proposta do futebol europeu.
“A condução das negociações para ficar com o Gabigol foi muito bem-feita. O Gabriel quis ir para a Europa, direito dele, o Flamengo não se desesperou, não botou pressão, a do Filipe Luís foi a melhor. Porque o Filipe Luís recebeu uma proposta e passou toda a Copa América pensando e muitos torcedores já estavam indignados, em rede social você via ‘esse cara não quer jogar no Flamengo’, e o Flamengo não fez nada, ficou esperando, esperando, um belo dia lá, ele conversou com a mulher dele, que é espanhola, e resolveu aceitar a proposta do clube”, afirma Mauro Cezar.
“Se a vice-presidência de futebol bota na mesa, como parte da torcida parecia desejar, o Filipe Luís talvez hoje jogasse no Palmeiras, ou no Grêmio, um outro clube ia falar, ‘pô, esse cara está querendo voltar para o Brasil, o Flamengo brigou com ele, não quer mais, eu quero’. E foi um jogador importantíssimo em vários aspectos. Então isso é bom pontuar para não parecer que é tudo uma coisa só, não é tudo uma coisa só”, conclui.