
GILMAR FERREIRA: O meia Everton Ribeiro, de 31 anos, está decidido a voltar para o futebol dos Emirados Árabes.
E já aceitou a proposta do Al Nasr, que o quer por um contrato de três anos.
Carlos Eduardo Batista, empresário do jogador, não quis falar sobre o tema.
Mas Marcos Braz, vice de futebol, avisou que ainda não houve acerto entre os clubes.
Uma coisa é certa: a janela de inscrição de novos jogadores nos Emirados fecha no dia 1 (segunda-feira) de fevereiro.
Se o clube árabe aceitar pagar os €$ 7 milhões investidos para tira-lo do Al Ahli, em 2017 até domingo, Everton deixará o Flamengo.
Aqui, um detalhe: os dirigentes rubro-negros até aceitam parcelar parte do valor, mas sem vinculação a bônus por performance.
Se Carlos Eduardo conseguir o ok dos árabes, Everton Ribeiro fará nesta quinta-feira (28), contra o Grêmio, o seu último jogo pelo Flamengo.
No câmbio da época em que chegou à Gávea, a operação, covertida em reais, custou R$ 22 milhões.
Hoje, o mesmo montante da moeda europeia reembolsaria o clube carioca e ainda deixaria nos cofres um lucro de R$ 23 milhões.
Financeiramente, um ótimo negócio.
Acontece que Everton Ribeiro é um tipo raro na prateleira do futebol brasileiro.
É o típico meia-atacante que “acerta time”, em função de múltiplas valências: velocidade, habilidade, criatividade, leitura de jogo e presença na área.
Versátil, dá opções para diferentes desenhos táticos, e gera mais soluções para o time do que problemas para o técnico.
E ainda que não haja tempo hábil para a conclusão do negócio antes do fechamento da janela de verão, o mercado nos Emirados reabre em maio.
Ou seja: o meia-atacante retornará para Dubai, agora ou ao final da temporada árabe que se encerra em abril.
Isso significa dizer que o Flamengo terá de ir ao mercado em busca de soluções que hoje não se mostram tão aparentes.
Primeiro, pela escassez de ordem técnica.
Depois, pela nova realidade financeira dos clubes com o fechamento dos estádios.
Nesta terça-feira (26), por exemplo, o próprio Flamengo vendeu o atacante Yuri César, de 20 anos, ao Shabab Al Ahli, outro dos Emirados.
Embolsou US$ 6 milhões (R$ 32 milhões) e ainda reteve 30% dos direitos econômicos em caso de uma futura revenda.
O jogador estava cedido ao Fortaleza, que também levará U$ 300 mil como taxa de vitrine.
Como se vê, os clubes precisam por dinheiro em caixa e outros deverão sair – como Leo Pereira e Michael, por exemplo.
Mas, embora a torcida olhe de soslaio para Evertton Ribeiro por causa das atuações apagadas nos últimos jogos, sua ausência será a mais sentida.
Vejamos…