
GILMAR FERREIRA: No íntimo, Renato Gaúcho deve estar arrependido das bobagens que falou após a derrota no GreNal do último domingo.
Porque ao levantar a possibilidade de não escalar o Grêmio com força máxima para a partida contra o Flamengo, o técnico do Grêmio deixou muita gente à vontade para estranhar o comportamento do time dele na derrota por 4 a 2, na noite desta quinta-feira, em sua própria arena.
Os primeiros três gols da virada rubro-negra no segundo-tempo do confronto dizem muito sobre o momento atual de um técnico que se mostra infantilmente incomodado com a possibilidade de ver o clube rival quebrar o jejum de 41 anos sem conquista do Brasileiro.
O Flamengo, que já havia jogado melhor nos 45 iniciais, se impôs com facilidade na fase final diante de um Grêmio apático e desinteressado.
A vitória mostrou que o time de Rogério Ceni está forte na disputa pelo título com Internacional, São Paulo e Atlético-MG.
O quarteto ofensivo (Arrascaeta, Everton Ribeiro, Gabriel e Bruno Henrique) funcionou muito e aliviou um pouco a pressão sobre Rogério Ceni.
Em descrédito com a torcida e parte da diretoria, a situação do técnico não é nada confortável.
No início da semana, após a derrota de 2 a 1 para o Athletico-PR, o vice Marcos Braz reiterou a seus pares na cúpula do futebol que não compactuará com a ciranda da troca de treinadores que marcou a gestão de Bandeira de Mello.
O dirigente lembrou que o Flamengo teve 13 treinadores entre 2013 e 2018 (média de dois por ano), e deixou claro que se for obrigado a repetir tal prática prefere não prosseguir no comando da pasta.
Lembrando que ele custou a aceitar a demissão do espanhol Domènec Torrent, a quem o clube teve de arcar com uma indenização de dois milhões de euros.
Enquanto o Flamengo estiver vivo na briga pelo título, Braz estará fortalecido na escora do trabalho do Ceni.
Ainda que a insatisfação da torcida alimente a pressão interna.
PIFOU
A negociação com o Al Nasr, que está interessado na compra dos direitos de Everton Ribeiro, ficou mesmo para a reabertura da janela de novos registros no futebol dos Emirados, em maio.
Os árabes foram pegos de surpresa com a nova posição da diretoria do Flamengo na discussão sobre os valores dos direitos econômicos e optaram por não fazer o negócio pressionados pelo fim do prazo para as transferências internacionais.
Como a quinta-feira (28) era o último dia útil da semana no país, e a janela fecha na segunda-feira (1), a operação ficou para a próxima temporada.
Já há acerto com o jogador, que quer voltar a atuar nos Emirados, e a questão é mesmo com relação aos valores que serão pagos ao Flamengo.
De qualquer forma, achei inoportuna a hipótese da saída de uma peça estratégica numa reta decisiva de Campeonato Brasileiro.