FOLHA DE SÃO PAULO: Por Juca Kfouri
No Covidão-20 sem torcida, parceira decisiva das tardes e noites do Maracanã e pelo Nordeste afora, o Flamengo, de favorito, passou a ser a decepção do campeonato.
Pareceu engrenar e desengrenou. Caiu aqui, caiu ali, sobrou só um torneio e o Inter lhe fez o favor de dizer, “entre, a casa é sua, acho que não estou pronto para acabar com o jejum de 40 anos, assim como o Galo não está para acabar com o de 50”.
E este domingo (14) tem tudo para marcar a chegada à liderança pela primeira vez na 36ª rodada.
Leiatambém:
É ganhar do Corinthians no Maraca e esperar que o desesperado rival Vasco ao menos empate com o Inter para ultrapassá-lo e depois despachá-lo na rodada 37, outra vez no Rio.
O campeonato que aparentemente ninguém quis ganhar sorri novamente para o melhor time do país, com a faca e o queijo nos pés, porque mesmo que o Colorado ganhe do Cruzmaltino, terá de se ver com o Flamengo na penúltima rodada.
Agora, convenhamos, se o time da Gávea não ganhar do de Parque São Jorge será porque, de fato, ninguém, mas ninguém mesmo, quer ser campeão.
Melhor, então, será entregar a taça ao Botafogo.
NEM ME FALE!
A rara leitora e o raro leitor não merecem ler palavrões em seu jornal predileto logo pela manhã do domingo.
Razão pela qual este irritado colunista não fará referência alguma ao que fez, ou melhor, ao que não fez o Palmeiras no Mundial de Clubes, que de obsessão virou decepção.
Melhor teria sido ficar por aqui, criar um mistério em torno de seu nome e abrir mão como em 2000.
Porque se expor como se expôs, incapaz de fazer um gol sequer até bater o terceiro pênalti na disputa pelo terceiro lugar e acabar em quarto, ninguém merece!
19 DE FEVEREIRO
A Rainha Marta completará 35 anos. Doutor Sócrates completaria 67. E o jornalista Alberto Dines faria 89.
Dines que durante dois anos, de 1975 a 1977, nesta Folha, fez a coluna “Jornal dos Jornais”, precursora da crítica de mídia na imprensa brasileira.
Quem também aniversaria dia 19 é esta Folha: 100 anos!
Passei a acompanhá-la mais de perto desde que virou o carro-chefe da campanha pelas Diretas Já!, em meados da década de 1980.
Em 1995 minha relação mudou, porque, até 1999, escrevi cinco vezes por semana no caderno de Esporte, prática retomada, desde setembro de 2005 até hoje, três vezes por semana.
Curiosamente, senti mais falta do jornal nos seis anos em que estive fora dele, depois de estar dentro durante apenas quatro, do que quando deixei 25 anos de Editora Abril. Não sei mesmo explicar por quê.
Sempre gostei de sua inquietude, das vezes em que quebrou a cara com aparente prazer, até da maneira como se corrigiu diante de erros impensáveis, desses que você acha que seriam motivo para fechar o jornal.
Brigo com a Folha quase todos os dias, reconheço que foi o único jornal a admitir que errou ao cobrir acriticamente a desmoralizada Operação Lava Jato, e não tenho a menor dúvida sobre a falta que Otavio Frias Filho faz, o que aumenta enormemente a responsabilidade de quem toca um projeto que, segundo o presidente de plantão, e seus bajuladores, acabou.
Como se fosse apenas pelo prazer de provar diariamente que não acabou, e não acabará, ói nóis aqui traveis.
Até para que aqueles que repetem semelhante asneira, sigam lendo esta Folha todas as manhãs. Parabéns!
