
TORCEDORES: Por Danielle Barbosa
O Flamengo vive um período de turbulência esportiva e administrativa que se agravou com o vice do Campeonato Carioca depois de ser superado pelo rival Fluminense, lembrando que antes disso o clube já havia perdido a disputa da Supercopa do Brasil para o Atlético-MG. Marcos Braz é um dos nomes mais pressionados e pode deixar o cargo nos próximo dias, mas a situação é bem mais complexa.
Segundo o jornalista Bruno Andrade, colunista do UOL Esporte, conselheiros do Flamengo querem executivo de futebol com maior peso e mais experiência dentro da diretoria rubro-negra, e alguns nomes já foram sugeridos, entre eles o do português José Boto.
— Conselheiros do Flamengo que pedem um executivo de futebol com maior peso e mais experiência dentro da diretoria já sugeriram alguns nomes. O português José Boto, ex-Benfica, Shakhtar Donetsk e hoje no PAOK, é um dos indicados nos bastidores – escreve o jornalista em seu perfil no Twitter.
Conselheiros do Flamengo que pedem um executivo de futebol com maior peso e mais experiência dentro da diretoria já sugeriram alguns nomes. O português José Boto, ex-Benfica, Shakhtar Donetsk e hoje no PAOK, é um dos indicados nos bastidores
— Bruno Andrade (@brunoandrd) April 7, 2022
José Boto, de 56 anos, ganhou destaque com a passagem pelo Benfica, onde trabalhou com Jorge Jesus. Pelos Encarnados, o dirigente foi membro do departamento de scout entre 2007 e 2018. Depois do trabalho no time de Lisboa, se transferiu para o Shakhtar Donetsk e ficou até 2021. Após a saída da Ucrânia, assumiu o cargo no PAOK, da Grécia.
Como José Boto pensa futebol
Em entrevista ao site ‘Mais Futebol’, de Portugal, em 2020, José Boto fez uma reflexão importante sobre as formações de scouting e destacou ainda a importância de entender o jogo com os olhos do treinador do clube.
— No scouting não há teorização, porque os clubes não abrem esses departamentos para estudo. São departamentos demasiado sensíveis e confidenciais. O que existem são pessoas que nunca falaram com um presidente a ligar às 4h da manhã e a dizer-te: ‘Tem de ser este ou aquele’. Às vezes dá-me voltas ao estômago ouvi-los falar. Teorizam baseados em nada. Não se pode dizer que o scouting faz-se desta ou daquela maneira. Esquece, por isso não há cursos de scouting. Quando dou formações, apareço sem power point e apenas com vontade de falar. Podia dizer uma série de mentiras, os formandos ficavam todos contentes e tiravam notas. Podia dizer que observava um jogador quatro vezes ao vivo, por exemplo. Vives o dia a dia e a concorrência é tão grande que não tens tempo para andar com metodologias para observação de jogadores. Se andas com metodologias, quando chegas a uma conclusão, já o jogador mudou duas vezes de clube – explicou.
Sobre a filosofia de contratações, José Boto falou sobre conhecer o treinador antes de buscar uma ou outra contratação para o clube.
— Tens de conhecer o jogo. Não vamos meter nomes problemáticos (risos). Gosto do que gosto, mas trabalho para o Simeone. Tenho de saber o modelo de jogo dele, o que ele valoriza no jogador. Para mim é fácil, mesmo não gostando, porque conheço o jogo e o futebol. Sabemos o que ele quer como jogador ou não. Isso para nós não é uma dificuldade. Basta conheceres o jogo para fazer isso.