Bernardinho afirma que é difícil administrar equipes vencedoras: “A grande questão é como motivar um time depois que você ganha”

PAULO COSTA: Um dos técnicos mais vitoriosos e respeitados do esporte brasileiro, Bernardinho, que comanda o time de vôlei Sesc/Flamengo, foi o convidado desta terça-feira (19) do programa Fla Press, da FlaTV.

O que você precisa saber

• Bernardinho foi o convidado da FlaTV nesta terça
• Técnico comanda o Sesc/Flamengo
• Treinador é um dos mais vitoriosos do esporte brasileiro

Na conversa, o treinador afirmou que uma das grandes questões como líder é motivar uma equipe depois que ganha, e não depois que perde, por conta da sedução e do glamour que o esporte proporciona aos atletas.

Confira o que disse Bernardinho

“Quais as premissas que te levam até lá? Treinar muito, humildade, aprender o tempo inteiro, quando você perde isso… Você pega o Zico, ícone maior, como ele se manteve tanto tempo, apesar de todos as questões físicas? Ele nunca perdeu a humildade, o espírito de aprendiz. Quando você começa a achar que é o cara, já não está disposto a se dedicar, você vai perder a condição, porque alguém está disposto a fazer e você vai ser ultrapassado.

“Como se motiva um time depois que perde? A grande questão é como se motiva um time depois que ganha. Você ganha título brasileiro, Libertadores, e como você faz na temporada seguinte? A dificuldade está aí. Ainda mais em um ambiente como o esporte, onde você tem um reconhecimento popular, você começa a se sentir especial. E não existe pessoas especiais. Eventualmente você faz algo especial, porque o que você fez, tem que continuar fazendo e melhor, o que te trouxe até aqui, não vai te manter lá, tem que fazer melhor.”

No comando da seleção brasileira de vôlei masculino, Bernardinho construiu umas das equipes mais vencedoras da história do esporte mundial. Pelo Brasil, ele venceu duas Olimpíadas (2004 e 2016), duas Copas do Mundo (2003 e 2007), oito Ligas Mundiais (2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010) e oito Campeonatos Sul-Americanos (2001, 2003, 2005, 2007, 2009, 2011, 2013 e 2015), além de inúmeros títulos por clubes.